Palácios Confusos
Na minha doce Coimbra, a sul virado,
Dominando o Mondego e os seus salgueiros,
Há um bairro de humildes pardieiros,
Que Palácios Confusos é chamado.
Tão belo nome no passado
Rica chusma de paços altaneiros
Com torres, grimpas, varandins ligeiros
E flâmulas a arder no céu lavado.
O tempo voador, que tudo come,
De tais riquezas só poupou o nome;
Tudo ali hoje é pobre, velho e estreito,
Sem um vislumbre do esplendor extinto!
Ó Palácios Confusos, também sinto
Uns Palácios Confusos no meu peito!