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Mulher, crescem os dias. Que estações vividas viveremos, pois se tanto os dias crescem, brilham os limões e nula mais que outra tem encanto que nos preze e nos prenda ao oiro lento que nossas mãos destilam devagar... A luz nos diz, agora temos tempo, e casas longe não afastam ar que respiremos até que seja o ano infinito de noites e medidas sem turvo nem tumor de mal engano, e primaveras sejam tão compridas que verão, inverno, outono, o chão guano das dores inacabadas mas cumpridas. Pedro Tamen Os Quarenta e Dois Sonetos (1973) In Retábulo da Matérias (1956-2001) Lisboa, Gótica, 2001 |
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PEDRO TAMEN Nasceu em Lisboa, em 1934. Licenciado em Direito. Foi director da Moraes Editores (1958 e 1975) e responsável por uma das mais importantes colecções de poesia, «Círculo de Poesia». Foi presidente do PEN Clube Português (1987-1990), membro da direcção da Associação Portuguesa de Escritores e administrador da Fundação Calouste Gulbenkian. A sua poesia, reunida em Tábua das Matérias (1956-1991), foi galardoada com o prémio da Crítica e com o Grande Prémio Inapa de Poesia. Está representado nas antologias de poesia portuguesa contemporânea. A sua obra está traduzida e publicada em várias línguas. Tradutor de prosa e poesia, traduziu Flaubert, Lautréamont, García Marquez, Vargas Llosa, Proust, entre outros. Obteve o Grande Prémio de Tradução em 1990. Algumas obras: Poema para Todos os Dias (1956) Poemas a Isto (1962) Escrito de Memória (1973) Delfos, Opus 12 (1987) Tábua das Matérias (1956-1991) (1991) Guião de Caronte (1997) Memória Indescritível (2000)
Entrevista ao poeta a propósito de Memória Indescritível. |
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