Porque não me vês Meu amor adeus Tem cuidado Se a dor é um espinho Que espera sozinho Do outro lado Meu bem desvairado Tão aflito Se a dor é um dó Que desfaz o nó E desata um grito Um mau-olhado Um mal pecado E a saudade é uma espera É uma aflição Se é Primavera É um fim de Outono Um tempo morno É quase Verão Em pleno Inverno É um abandono Porque não me vês Maresia Se a dor é um ciúme Que espalha um perfume Que me agonia Vem-me ver amor De mansinho Se a dor é um mar Louco A transbordar Noutro caminho Quase a espraiar Quase a afundar E a saudade é uma espera É uma aflição Se é Primavera É um fim de Outono Um tempo morno É quase Verão Em pleno Inverno É um abandono Fausto In «Por Este Rio Acima» Sassetti, 1982, CD |
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FAUSTO Carlos Fausto Bordalo Gomes Dias nasceu em 26 de Novembro de 1948, a bordo do navio «Pátria», em pleno oceano Atlântico, entre Portugal e Angola. Foi estudante do Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina, licenciando-se em Ciências Políticas. Cantor de intervenção, gravou o seu primeiro disco, «Fausto», ainda durante o tempo de estudante. As suas canções são reveladoras do seu compromisso político e tal facto fá-lo ser atentamente observado pelo regime. Integrou o núcleo dos cantores de resistência ao fascismo aquando do 25 de Abril de 1974. No final dos anos 70, começou a revelar um interesse particular pela temática dos Descobrimentos; «Por este Rio Acima» é disso um exemplo, inspirado em Peregrinação de Fernão Mendes Pinto. Discografia «Fausto» (1970) «Pró Que Der e Vier» (1974) «Beco com Saída» (1975) «Madrugada dos Trapeiros» (1977) «Histórias de Viageiros» (1979) «Por este Rio acima» (1982) «O Despertar dos Alquimistas» (1985) «Para além das Cordilheiras» (1987) «A Preto e Branco» (1989) «Crónicas da Terra Ardente» (1994) «Atrás de tempos vêm tempos» (1996) «Grande, grande é a Viagem» (1999)
Para ler «Que é feito dos cantores de intervenção?». |
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