Lisboa, Calçada de S. Francisco Subindo pelas cinco horas a Calçada de S. Francisco, em tarde de bruma e versos na Calçada de S. Francisco, partindo do que não sei na Calçada de S. Francisco, e sabendo onde não chego na Calçada de S. Francisco, subindo na tarde deserta a Calçada de S. Francisco, só eléctricos e pombas na Calçada de S. Francisco, estranhando o que não estranho na Calçada de S. Francisco, e pensando no que não penso na Calçada de S. Francisco, subindo pelas cinco horas a Calçada de S. Francisco, subindo e ninguém descendo a Calçada de S. Francisco, sem eventos para as metáforas na Calçada de S. Francisco, tiro do bolso a própria tarde. Na Calçada de S. Francisco, onde a realidade mudou e já nada acontece, e já não é a Calçada de S. Francisco mas a Rua Ivens ou outra rua do Chiado sem meditação ou moralidade. Pedro Mexia Eliot e Outras Observações Lisboa, Gótica, 2003 |
||||||||||
|
||||||||||
PEDRO MEXIA Pedro Mexia nasceu em 1972, em Lisboa. É formado em Direito e crítico no jornal Diário de Notícias. Poeta da mais jovem geração, teve nas páginas da revista Colóquio / Letras (nº 140/141, Abril Dezembro de 1996) alguns dos seus primeiros poemas publicados. É autor dos seguintes livros: Duplo Império (1999) Em Memória (2000) Avalanche (2001) Eliot e Outras Observações (2003) Arca de Noé - outro poema de Pedro Mexia.
Uma entrevista a propósito do livro Em Memória. |
||||||||||
|
||||||||||
|
||||||||||