Quatro auto-retratos 2 Porque será que meus olhos tanto necessitam de ver mar ao longe? Ou pelo menos a água de um rio para aí cheirar a sua raiz Se calhar foi por tanto apetecer o azul da água ao longe que meus olhos são claros e por tanto amar o mar que meus desgostos se tornaram destemidos e salgados e têm o voo a pique das gaivotas e o grito ácido dos pássaros marinhos Teresa Rita Lopes Afectos Lisboa, Presença, 2000 |
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TERESA RITA LOPES Nasceu em Faro, em 1937. Poetisa, dramaturga e investigadora literária, é também professora catedrática da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Em finais de 1963, foi para Paris onde se doutorou, tendo regressado a Portugal depois do 25 de Abril e ajudado a fundar a Universidade Nova de Lisboa. É directora do Instituto de Estudos sobre o Modernismo. Do mesmo modo, é investigadora do espólio de Fernando Pessoa, tendo dramatizado os seus heterónimos. Algumas obras: Poesia Os Dedos, os Dias, as Palavras (1987) Por assim dizer (1994) Cicatriz (1996) Afectos (2000) A Nova Descoberta de Timor (2002) Ensaio e investigação literária Fernando Pessoa et le Théâtre Symboliste: Héritage et Création (1977) Pessoa por Conhecer (1987) Vida e Obras do Engenheiro (1987) Pessoa por conhecer: roteiro de uma exposição (1990) Miguel Torga: Ofícios a «Um Deus de Terra» (1993) Teatro Três fósforos (1961) Sopinhas de Mel (1981) Para saber mais sobre Teresa Rita Lopes. |
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