Esperança No canhoeiro um galagala hesita a cabeça azul, Nos roxos sótãos do crepúsculo a aranha vai fiando sua capulana de teia. E nós? Ah, nós esperamos na euforia das costas suadas que o sol do vexame acumulado deflagre. José Craveirinha Obra Poética I Lisboa, Ed. Caminho, 1999 |
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JOSÉ CRAVEIRINHA Nasceu a 28 de Maio de 1922, em Lourenço Marques, actual Maputo. Filho de pai algarvio que partiu para Moçambique em 1908, à procura de fortuna, José Craveirinha foi funcionário público, cronista desportivo, jornalista, poeta e contista. Foi preso político, entre 1965 e 1969, devido à sua actividade contra o colonialismo. Em 1991, foi-lhe atribuído o Prémio Camões. Afirmou a propósito de si mesmo: «Nasci a primeira vez em 28 de Maio de 1922. Isto num domingo. Chamaram-me Sontinho, diminutivo de Sonto. Pela parte da minha mãe, claro. Por parte do meu pai fiquei José. Aonde? Na Avenida do Zichacha, entre o Alto Mae e como quem vai para o Xipamanine. Bairros de quem? Bairros de pobres. Nasci a segunda vez quando me fizeram descobrir que era mulato. A seguir fui nascendo à medida das circunstâncias impostas pelos outros». Faleceu a 6 de Fevereiro de 2003, em África do Sul, depois de ter sido vítima de um acidente vascular cerebral. Alguns livros de José Craveirinha: Chigubo (1964) Karingana ua Karingana (1974) Cela 1 (1980) Maria (1988) Babalaze das Hienas (1997) Hamina e Outros Contos (1997) Obra Poética I (1999) Perfil literário do escritor. Ler alguns poemas de José Craveirinha. |
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