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Na Passagem de um ano Erros nossos não são de toda a gente Tropeçamos às vezes na entrega Mas retomamos sempre a marcha em frente Massa humana que nada desagrega. Para nós o passado e o presente São futuro no qual o povo pega Com suas mãos de luz incandescente Que aquece que deslumbra mas não cega. Para nós não há tempo. O tempo é vento Soprando ano após ano sobre a história Que para nós é vida e não memória. Por isso é que no tempo em movimento Cada ano que passa é meu tempo Para chegar ao tempo da vitória. J. C. Ary dos Santos Obra Poética, Lisboa, Edições Avante, 1994 |
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ARY DOS SANTOS Nasceu em Lisboa a 7 de Dezembro de 1937 José Carlos Ary dos Santos, ou apenas Ary dos Santos, como era conhecido. Notabilizou-se como poeta e declamador e, posteriormente à revolução de Abril, como autor de letras para canções de intervenção política. Morreu a 18 de Janeiro de 1984, em Lisboa. A propósito da poesia de Ary dos Santos, disse David Mourão-Ferreira: «Erótica e política, apocalíptica e tribunícia, a poesia de Ary dos Santos, mesmo quando francamente ao serviço de um ideário e de uma praxis cívica que não recusam assumir-se como tais, rarissimamente renuncia, no entanto, àqueles pendores da invenção metafórica e da criação vocabular que constituem outra vertente da modernidade». Outro poema de Ary dos Santos Mais informação sobre o poeta |
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