Sol de Janeiro


Nunca tanto como hoje reparei com atenção

na

luz do sol de Janeiro. Forte

mas delicada. Furtiva

mas

demorada. Não arde nem faz tremer.

Não é densa nem clara. A

luz

do sol em Janeiro:

assim é o nosso amor

oculto pela tinta dos dias apenas

espreita uma aberta

(uma distracção das nuvens)

para

luzir e irromper

(nunca antes como hoje precisei)

tanto que o vento lhe desse oportunidade).

O nosso amor

é Janeiro:

mesmo se o julgo esquecido

sei que

está sempre lá.

João Luís Barreto Guimarães

Rés-do-Chão

Lisboa, Gótica, 2003


JOÃO LUÍS BARRETO GUIMARÃES

Nasceu a 3 de Junho de 1967, no Porto.

Vive em Leça da Palmeira. Licenciado em Medicina, é especialista em Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia.


Obra

Poesia

Há Violinos na Tribo (1989)

Rua Trinta e Um de Fevereiro (1991)

Este Lado Para Cima (1994)

Lugares Comuns (2000)

3 (Poesia 1987-1994) (2001)


Antologia

Assinar a Pele (antologia de poesia contemporânea sobre gatos) (2001)

Página pessoal do poeta


Algumas poesias

João Luís Barreto Guimarães

© Instituto Camões, 2004