Cantigas de Amigo
Fragmento de canções do rei D. Dinis, descoberto pelo Prof. Harvey L. Sharrer. IAN/Torre do Tombo
|
|
Constituem a variedade mais importante e original da nossa produção lírica da Idade Média, estas composições que se enquadram na poesia trovadoresca, mas que incluem a particularidade de conferirem estatuto de enunciação à mulher, embora sejam sujeitos masculinos a compô-las.
Um tipo peculiar de cantigas de amigo é o das paralelísticas, que aliam uma simplicidade de motivos e recursos semânticos ao elaborado arranjo da sua expressão, através de um esquema de repetitividade que enriquece o sentido pelo tom de litania e sugestão encantatória, muitas vezes magoada, perplexa ou interrogativa, que cria. Típicas da poesia galaico-portuguesa, encontram-se também nas cantigas de amor e noutras variedades poéticas medievais, persistindo até muito tarde na literatura medieval. O rei D. Dinis é um dos seus mais famosos cultores.
João Zorro, poeta do mar como Martim Codax, é autor de uma barcarola célebre, em composição também paralelística:
Ai flores, ai flores do verde pinho
|
Em Lixboa sobre lo mar
|
© Instituto Camões, 2001 | Última atualização: Maio 2011