Séculos XIX · XX
Os ecletismos
arquitectura assume através das fachadas austeras a função de suporte de figurações diversas.
O preenchimento das paredes de simples prédios de aluguer, associado à produção fabril de motivos repetitivos, não impediu a realização de composições ?de autor", destacando-se Luís Ferreira (1807-?), conhecido como Ferreira das Tabuletas, com os seus exuberantes painéis com vasos de flores, árvores e figuras alegóricas, tratadas em ?trompe l?oeil", obras verdadeiramente originais, directamente pintadas pelo autor, reflexo da cultura eclética do Romantismo que marcou a sociedade portuguesa na segunda metade do século XIX.
Prolongando este gosto deve lembrar-se Jorge Colaço (1868-1942), pintor com trabalho na pintura a óleo, que ficou notável como autor de grandes composições de azulejo, na Fábrica de Sacavém e depois na Fábrica Lusitânia, ambas em Lisboa. A sua obra cerâmica fez permanecer, já em pleno século XX, um gosto assumidamente historicista, de concepção tardo-romântica que visava enaltecer figuras e episódios relevantes da identidade pátria.
«Adamastor», Palace Hotel de Buçaco,
Jorge Colaço, Fábrica de Sacavém, 1907.
foto: Paulo Cintra e Laura Castro Caldas
Fachada de azulejos, Casa Fétal,
Setúbal, Ferreira das Tabuletas, c. 1860.
foto: Nicolas Lemonnier
Fachada de azulejos, Campo de Santa Clara,
Lisboa, Ferreira das Tabuletas, c. 1860.
foto: Nicolas Lemonnier
Fachada de azulejos, Quinta de São Mateus,
Dafundo, Ferreira das Tabuletas, c. 1860.
foto: Nicolas Lemonnier
«Ala dos Namorados»,
Pavilhão Desportivo «Carlos Lopes»,
Lisboa, Jorge Colaço, 1922 · 27.
foto: Paulo Cintra e Laura Castro Caldas
© Instituto Camões, 2000