Eduardo Batarda

	Créditos fotográficos / Photographic credits: Abílio Leitão

Inscreveu-se inicialmente em Medicina vindo depois para Lisboa onde frequentou a ESBAL de 1963 a 1968. Fez a primeira exposição individual em 1968 na Galeria Quadrante, num período em que praticava uma figuração influenciada pela cultura Pop em geral, as técnicas e métodos da banda desenhada e da ilustração, e as marcas de figurações "marginais". ¶ Entre 1971 e 1974 frequenta o Royal College of Art, em Londres, onde adquire um notável domínio técnico da aguarela. Regressa a Portugal em 1974 e expõe na Gulbenkian um conjunto de obras que prolongam o tipo de figuração, cromatismo e humor dos trabalhos anteriores, revelando uma maior insistência em tópicos eventualmente escandalosos de natureza sexual e multiplicando alusões literárias e comentários à actualidade artística e política. No final da década de 70 muda-se para o Porto e começa a leccionar na ESBAP. ¶ A década de 80 corresponde a uma viragem. O artista adopta um leque cromático mais austero, adensa e encobre a sua rede de citações, alargando-a a toda a História da Arte, convocada quer através de arquétipos formais recorrentes quer através dos pormenores mais eruditos. A intenção de comentário torna-se menos explícita e mais cifrada. ¶ Ao nível de uma leitura emotiva, imediata, estas pinturas tendem a sugerir um efeito de vertigem, turbilhão, abismo - por vezes são literais representações de vórtices. ¶ Ao longo da década de 90 as pinturas, em que as cores voltam a disputar a primazia ao negro, parecem voltar a abrir-se, como que de dentro para fora, reforçando a dimensão dinâmica das formas. Os trabalhos de 1997 reforçam a tendência para a diversificação, convocando elementos de anteriores momentos da obra do autor. ¶ A partir do ano 2000 a pintura de Batarda entra numa nova fase caracterizada por uma clara distinção entre fundo e forma, contrastando duas cores uniformes. São trabalhos que aliam uma certa contenção formal à capacidade de infinita e humorada multiplicação de sugestões que caracteriza todo o trabalho do autor.

Bibliografia

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