Michael Biberstein

Michael BibersteinSuíça ¶ 1948

 

  Michael Biberstein
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Abílio Leitão

Radicou-se em Portugal no final da década de 70, tendo desenvolvido desde então uma carreira com simultânea visibilidade em Portugal e no estrangeiro. Numa primeira fase do seu percurso enquanto pintor, em meados de 70, empreendeu uma exploração reducionista na qual a representação é limitada a elementos abstractos mínimos, explorando o potencial de significação de subtis variantes desses elementos. O mesmo método era aplicado à análise do espaço de exposição, tornando a pintura um aspecto de instalação. Durante a década de 70 dedica-se à investigação dos elementos constituintes do acto de pintar, formal e conceptualmente, transportando-os de um plano implícito para um plano explícito. O objectivo, só mais tarde assumido de forma directa, anuncia-se como uma investigação sobre os modos como os processos de representação são susceptíveis de conduzir a uma modificação transcendente do estado de espírito do observador. O objectivo, paradoxal, é submeter a uma análise sistemática o que poderíamos chamar a eficácia espiritual das formas plásticas. Os trabalhos de Biberstein a partir de meados dos anos 80 abandonam uma postura analítica apostando numa abordagem psicológica do espectador. Elegendo a pintura de paisagem como temática fundamental, questiona as noções de belo e sublime almejando uma recepção aurática da obra de arte assente na dicotomia visível/invisível que tão habilmente manipula. Cruzando a faustiana tradição do paisagismo romântico com a influência estilizante da pintura oriental, o autor cria imensas e melancólicas paisagens que ecoam um inefável minimalismo wagneriano. Transportando para um referencial contemporâneo os dois modelos históricos, romântico e chinês, da pintura de paisagem, Biberstein transporta também para um referencial contemporâneo a possibilidade de transcendência do objecto artístico. Ao longo dos anos 90 a pintura de Biberstein explora as aproximações entre as tradições da paisagem e da pintura abstracta, englobando um tratamento cada vez mais sistemático e elaborado da cor, que se tornou a protagonista de algumas das suas telas mais recentes.


Bibliografia

 

 

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