Pedro Portugal
Pedro Portugal Castelo Branco ¶ 1963
Créditos fotográficos / Photographic credits: Abílio Leitão |
Começou por frequentar um curso técnico de construção civil antes de iniciar o seu percurso artístico. Já na ESBAL é um dos fundadores do movimento Homeostético. ¶ A primeira individual tem lugar em 1985, ano em que termina a licenciatura em pintura. Apresenta pequenos quadros a óleo e pastel denunciando um código de estilização figurativa ou, mais genericamente, um sistema de sinais, reportável à banda desenhada e ao cinema de animação. A aproximação aos grafismos não é feita através de qualquer espontaneidade ou facilidade de execução mas, pelo contrário, através de um meticuloso trabalho de composição, com constante recurso a apurados jogos de contrastes e simetrias. ¶ No entanto, Pedro Portugal não é apenas um pintor, é também um "agitador" cultural. ¶ No final da década de 80, o seu trabalho alarga e explicita uma intenção de comentário crítico à situação artística, cultural, social e política de Portugal. De entre as obras que obedecem a esta motivação refira-se o eucalipto invertido instalado na rotunda do aeroporto de Lisboa em 1991. ¶ Ao longo da década de 90 assistimos a uma crescente diversificação dos horizontes do trabalho do artista. Uma diversificação das formas materiais de trabalho, com predomínio das instalações realizadas com objectivos específicos. Uma diversificação das intenções sociais das intervenções, com uma forte componente de preocupações ecológicas e crítica política. Uma diversificação das formas de divulgação da actividade, com a organização de associações de artistas e de estruturas de pesquisa e difusão. ¶ É significativo o recurso decisivo à informática, com a produção de pintura cuja concepção e existência tem antes de mais uma realidade virtual em computador, e cuja execução compete ao espectador que assume um papel activo na criação da obra. Pedro Portugal trabalha de forma multifacetada a omnipresente questão do fim da pintura ou da tradição estética e cultural que normalmente se lhe associa, questionando em simultâneo a possibilidade da arte hoje e a sua função social.
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