Pedro Proença

Pedro ProençaAngola ¶ 1962 

 

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Abílio Leitão

Afirmou-se pelo seu traço particular e pela sua extraordinária verve, sendo igualmente um dos mais activos artistas da sua geração. Co-fundador do movimento Homeostético, em 1982, enquanto aluno da ESBAL, redige a maior parte dos seus manifestos e lança a sua carreira individual em 1984. A obra de Proença está submetida à prioridade do desenho, servido por uma rigorosa técnica gráfica e uma profusa imaginação. A figuração é metamórfica, expansiva e ornamental. Metamórfica, porque usando formas humanas, animais e vegetais, as desenvolve segundo ritmos, perversões e deformações que as vão transformando umas nas outras. Expansiva, porque os seus desenhos tendem a não ter princípio nem fim, desdobrando-se em múltiplas direcções como se fossem plantas trepadeiras. No limite tendem a ocupar a totalidade do espaço em que se mostram tomando a forma de instalações site-specific. Esta lógica da ocupação do espaço permite que se fale de uma vocação ornamental reforçada pela escolha dos motivos desenhados e pelo desenvolto virtuosismo da execução. Configurando uma peculiar revisitação do barroco pela arte contemporânea, a obra de Proença é uma ilustração delirante dos pressupostos deste estilo, provocando um excesso formal que não permite a organização narrativa. Uma exibição de non-sense que combina de modo paradoxal uma componente erudita e uma componente lúdica. A vastidão das referências de origem plástica, literária ou mitológica assegura uma multiplicidade de níveis de descodificação cultural, gerindo o empilhar de fragmentos, alusões e revisitações como uma promessa - sempre diferida - de possibilidade de leitura. Mas todas as referências são processadas segundo um ritmo e um humor peculiares que são a marca distintiva do trabalho do autor e em que se podem reconhecer ecos do desenho naif, do desenho infantil ou da banda desenhada.


Bibliografia

 

 

Ficha Técnica | Credits