Rui Chafes

Rui Chafes Lisboa ¶ 1956

 

  Rui Chafes
  Créditos fotográficos / Photographic credits:
Abílio Leitão

Fez o curso de Escultura na FBAUL e começou a expor na segunda metade da década de 80. Nas primeiras mostras individuais apresentou esculturas/construções que ocupavam literalmente as salas de exposição, apostadas em subverter as escalas e expandir-se para além do espaço que as acolhia. Com significativas variações nos materiais utilizados (troncos e canas, fitas de platex, ripas de madeira, plástico), no uso da luz e da cor, reafirmava-se a experiência de formas a que se adivinhava uma primitiva origem orgânica e em que uma dinâmica de crescimento e explosão transtornava a estabilidade de uma atmosfera ou casulo protector. No entanto, manifestava-se já uma tendência para a delimitação das formas que irá fundar o seu posterior percurso disciplinar enquanto escultor. ¶ Em finais dos anos 80 o artista ainda apresenta formas de ressonância orgânica, como que cápsulas de já mortos recém-nascidos ou próteses de destroçadas máquinas humanoides, passando, no último ano da década a utilizar unicamente o ferro pintado de negro como material, uma opção que iria marcar toda a sua produção posterior e criar a indelével imagem de marca do autor. Nos trabalhos dos anos 90 ressalta a disciplina e austeridade formais que presidem à criação de objectos baseados num desenho metódico e rigoroso e construídos segundo estritas regras de equilíbrio e simetria. Em sucessivas séries de esculturas que muitas vezes instituem lugares de invocação (habitação, contenção, aniquilação) de um corpo ausente, o sentido da ordem convive com a evocação da violência, através de formas que sugerem armas e agressões e com uma dimensão de convulsão orgânica que, apesar da sua aparente frieza, implicam um forte apelo físico e sensorial. Nos últimos anos o autor tem produzido obras de grande escala muitas vezes em diálogo directo com os espaços naturais ou arquitectónicos que as acolhem. Servem de exemplo a grande exposição realizada no Palácio da Pena e no Parque Natural de Sintra e obras apresentadas na Holanda e na Bélgica.


Bibliografia

 

 

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