José Maria das Neves Costa (1774-1841)




Oficial do Real Corpo de Engenheiros, nasceu em Carnide a 5 de Agosto de 1774 e morreu em Lisboa em 1841, provavelmente a 19 de Outubro. Formado na Academia de Fortificação, Artilharia e Desenho (1793-1796), após os preparatórios na Academia de Marinha (1791-1793), foi premiado e considerado um dos melhores alunos do seu tempo.

Joze Maria das Neves Costa

Joze Maria das Neves Costa
Major effect.vo do R.al C.d ’Engenhr.os
(assinatura, no posto de Major).

Engenheiro militar ilustre, destacou-se pelos seus brilhantes e inovadores trabalhos em prol da Cartografia militar, em particular nos levantamentos topográficos e na configuração dos terrenos, para além de ter sido um hábil desenhador. A sua vastíssima actividade neste campo desenvolveu-se durante mais de 40 anos e, apesar de constantemente referida a sua acção ao longo de todo o século XIX, cairia depois no mais injusto esquecimento. Dessas actividades, cujos testemunhos ficaram, na sua maioria, sob a forma manuscrita, destacar-se-ão aqui apenas algumas, pela sua relevância.

Sendo o século XIX o período mais dinâmico da Cartografia militar europeia, em Portugal ela levaria mais tempo a organizar-se adequadamente. As dificuldades persistiram pelo menos até finais desse século, quando se tentou iniciar a primeira carta topográfica militar. Mas só com a criação dos Serviços Cartográficos do Exército, antecessores do actual Instituto Geográfico do Exército, foi possível estruturar adequadamente tais tarefas, o que apenas se acabaria por verificar em 1932. Para tal, contribuiu brilhantemente Neves Costa, quer com o prestígio das suas actividades cartográficas, quer com as suas propostas de reorganização e institucionalização dos trabalhos topográficos militares.

Os primeiros levantamentos de fôlego de Neves Costa começaram na fronteira do Alentejo, em 1802, quando serviu na Inspecção-Geral das Fronteiras e Costas Marítimas do Reino, às ordens do Marquês de Rosière. A carta que na altura construiu e desenhou, datada de 1803, e a memória que a acompanhava, feita no ano seguinte, ficaram, como outros trabalhos, em poder de Rosière. Passaram provavelmente, em 1808,para as mãos de Vincent, aquando da 1 ª invasão francesa, e depois foram enviados para Paris. Explicar-se-á talvez assim o desaparecimento da carta original de Neves Costa, já que as longas Memórias descritivas e militares do terreno de uma parte da fronteira da Província do Alentejo estão felizmente no Arquivo de Vincennes, em França, e foram entretanto divulgadas (1971-1983). Aí existe também uma tradução em francês, mostrando o interesse que este trabalho, como outros, deve ter despertado.
Em 1819,o próprio Neves Costa reconstruiria a Carta militar de uma parte da fronteira do Alentejo entre o Tejo e a vila de Assumar (1:50 000), a partir das notas do levantamento original.

Nos princípios de 1808, Neves Costa procedeu a levantamentos na região de Lisboa, a pedido do então Coronel do “Corps du Génie ” Vincent, que comandava o pequeno corpo de engenheiros franceses que acompanhou Junot a Portugal. Tendo este francês consciência de que com o pequeno número de engenheiros do seu Corpo não poderia efectuar todos os trabalhos de reconhecimento necessários, em tão curto período de tempo, tentou aproximar-se dos engenheiros portugueses mais talentosos. Escreveu, por isso, a Carlos Frederico Bernardo de Caula, em Janeiro de 1808, pedindo-lhe que, sob sua direcção, se procedesse à triangulação e ao levantamento da área entre Lisboa e Peniche, em particular da costa a Norte do Cabo da Roca, com a ajuda de dois oficiais à sua escolha.
Foram então nomeados dois distintos engenheiros portugueses para trabalharem com Caula: Neves Costa e Xavier de Brito. Destes trabalhos chegaram até nós dois documentos importantes: Suite des triangles depuis Cap-Roca jusqu ’au Cap Carvoeiro pour servir de canevas à une carte topographique de cette partie de la côte , 1:100 000, onde figuram os três oficiais, e uma carta topográfica entre Peniche e a Ericeira,1:50 000, com a indicação “J. M. das Neves Costa a fez ”. Destes trabalhos faz também parte a pequena memória Descrição do terreno da Costa de Portugal compreendido entre o Cabo da Roca e a Vila da Ericeira, com varias observações sobre a sua defesa contra um ataque marítimo, escrita na mesma data, em colaboração com Caula.

No entanto, o nome de Neves Costa ficaria para sempre associado à carta da região de Lisboa, que levantou em 3 meses (entre os finais de 1808 e o começo do ano seguinte) e que, acompanhada de uma Memória militar sobre as posições defensivas..., teria levado à construção das Linhas de Torres, feita sob a direcção de Wellington, e à expulsão dos franceses. A polémica que desde logo se instalou a propósito da ideia original destas Linhas, que os ingleses sempre pretenderam sua, acabaria por trazer graves contrariedades à carreira militar do então Major Neves Costa, a que se vieram certamente juntar, a seguir, as lutas entre liberais e absolutistas. Dos quatro oficiais indigitados inicialmente para este trabalho, algum tempo depois só ficou a trabalhar Neves Costa, a quem se deve o reconhecimento dos terrenos e a construção e desenho dos detalhes topográficos; mesmo Carlos Frederico de Caula, que executou a maior parte das triangulações, foi afastado logo no início para outras actividades. Depois, já no Arquivo Militar, ao esboço concluído em 1809 por Neves Costa, adicionaram-se-lhe, no ano seguinte, outras informações: assim nasceria o Esboço da carta itinerária militar que contém a topografia do terreno de uma parte da província da Estremadura, ca.1:100 000, que se encontra hoje arquivada na Direcção dos Serviços de Engenharia.
A partir daqui se construiu a versão simplificada e mais conhecida, a Carta militar que serve de suplemento à carta topográfica de uma parte da província da Estremadura vizinha a Lisboa, oferecida em 1811 a Beresford, na sua qualidade de comandante em chefe do Exército português. A carta de 1811 foi impressa em Paris muito tempo depois (1888), para acompanhar a segunda versão da memória, que, retomando a anterior de 1809, o autor acrescentou, em 1814, com notas, que comparam as posições que apontara antes com as fortificadas depois pelos ingleses, sob as ordens de Wellington, mostrando as suas grandes similitudes. No espírito de Neves Costa sempre esteve a ideia, por várias vezes expressa, de que era necessário não só prolongar a carta até Peniche e Santarém como dar-lhe mais detalhe e maior escala. Mas três décadas decorridas após este levantamento e pouco tempo antes de morrer, Neves Costa continuava a lastimar-se que nada tivesse sido feito.

Esboço da carta itinerária militar que contém a topografia do terreno a Norte de Lisboa

Esboço da carta itinerária militar que contém a topografia do terreno a Norte de Lisboa, de 1809-1810 (Direcção dos Serviços de Engenharia, 1915-2-21-30).

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Aos levantamentos da região de Lisboa suceder-se-iam, após as invasões francesas, os da área imediatamente a sul, que levariam à importante Carta topográfica militar dos terrenos da Península de Setúbal (4 folhas, ca.1:30 000), feita por ordem de Beresford. Os trabalhos demorariam três anos (1813-1815, trabalho de campo;1816, desenho) e, nesse período de tempo, Neves Costa teve a ajudá-lo, por curtos intervalos e só nas operações de prancheta, alguns outros oficiais: Marino Miguel Franzini, Luís António de Melo, João Damasceno da Cunha e Francisco de Assis Blanc. De resto, grande parte da triangulação, o reconhecimento militar, a configuração dos terrenos e o desenho estiveram somente a cargo de Neves Costa. O tempo mais longo que esta carta levou a construir ficar-se-ia a dever, segundo o seu autor, ao facto de ele ter sido obrigado a fazer os dois trabalhos: o trigonométrico e da prancheta, por uma lado, e o itinerário topográfico, por outro. Da preparação desta carta, a Direcção dos Serviços de Engenharia guarda hoje várias dezenas de esboços dos levantamentos de campo, muitos deles sem indicação da autoria ou, mesmo, alguns sem qualquer outra indicação. Acrescem esquemas das triangulações, um dos quais, com a assinatura de Neves Costa, bem como ensaios de desenho com a configuração do relevo. À carta original seguir-se-ia a redacção da memória correspondente (1816), um complemento nesta altura considerado indispensável para que fosse bem concebida e útil. No entanto, esta memória ficaria manuscrita e mais ignorada do que a imagem que lhe está subjacente. Aí se traça uma sucinta e interessante descrição geográfica, indicando-se os traços físicos e humanos mais relevantes da área, bem como se referem aspectos com interesse militar, relacionados com a defesa da Península e, portanto, também com a capital do País.

A carta topográfica militar da Península de Setúbal é o exemplo das modernas cartas deste tipo: a informação expressa e o seu detalhe, bem como o rigor da representação, fornecem uma imagem perfeita do que de melhor já era possível fazer-se em Portugal nos princípios de Oitocentos. Do original a cores far-se-ia, quase meio século depois (1861), a impressão a preto e branco, tendo-se substituído os sombreados da representação do relevo por normais. A tardia difusão da carta prova bem o interesse que continuava a ter, volvido esse tempo.

O estudo das formas do relevo e a sua representação foi outro tema brilhantemente tratado por Neves Costa, mas que ficaria quase ignorado. Este assunto era de tal forma importante à época, mas complexo, que este oficial tentou estabelecer, baseando-se provavelmente nos trabalhos franceses e sobretudo na sua própria experiência de campo, uma teoria sobre a organização do relevo terrestre. Começou a delinear o seu Ensaio sobre a Teoria do relevo dos terrenos, a título particular, na década de 1810, quando preparava indicações para a uniformização das escalas dos levantamentos militares portugueses, mas só o concluiria passados 10 anos; na posse dos herdeiros, o manuscrito seria mais tarde comprado pelo Governo português e publicado (1849-1851), o que parece indiciar ter sido desconhecido até meados de Oitocentos. Esse trabalho divide-se em três partes: formas gerais dos terrenos, modos de as designar e de exprimir as suas relações, especialmente no sentido horizontal; modificações das formas no sentido vertical e suas designações; dedução do relevo a partir do traçado dos cursos de água nas cartas “geográficas”.

Na realidade, o conhecimento e a imagem do relevo eram fundamentais para os militares desta época, permitindo-lhes estabelecer planos fundamentados de ataque e defesa do território, definindo lugares naturalmente fortes e a movimentação das tropas. Mas a sua representação rigorosa não era ainda possível. As modernas curvas de nível só apareceriam nas cartas portuguesas em 1861. Regulavam-se então os militares apenas pela ideia da grandeza relativa e a expressão da multiplicidade de formas, feita no campo e à vista, levantava também ela inúmeras dificuldades, ligadas não só ao desenho como à descrição do que se observava, por falta até de compreensão dos princípios gerais que regulavam e justificavam a diversidade e o aparente caos da repartição das formas à superfície da Terra. Por isso, este trabalho teórico de Neves Costa, que reflecte também a sua grande experiência profissional, pode ser considerado da maior relevância para a Cartografia nacional.

Escreveu ainda, em 1837,uma memória em que discutiu o valor atribuído à légua portuguesa por Francisco António Ciera, matemático e astrónomo que iniciou, em 1790, os trabalhos geodésicos em Portugal. Reproduzida por F. Folque, na sua Memória sobre os trabalhos geodésicos executados em Portugal (1841), este General referiu-se aí a Neves Costa como um oficial que “fez sempre muita honra ao nosso Corpo de Engenheiros” mas que “foi mais afamado que ditoso ”; sobre o trabalho em questão disse ser “interessante” e uma “bela análise”, ter estudado o assunto “com boa crítica e saber”, o que “muito honra a memória do seu judicioso autor”.

Carta da Península de Setúbal
Distribuição do pinhal na Península de Setúbal Distribuição da vinha na Península de Setúbal

Carta da Península de Setúbal, de 1813-1816, tardiamente reduzida no Arquivo Militar (Direcção dos Serviços de Engenharia, 3805/I-4-56-50).

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Distribuição do pinhal na Península de Setúbal em princípios de Oitocentos e cerca de 150 anos depois: reconstituição feita com base na carta topográfica de Neves Costa (ca. 1:30 000, 4 folhas, 1813-1816) e na actual carta agrícola e florestal de Portugal (1:25 000, várias folhas datando da década de 60).

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Distribuição da vinha na Península de Setúbal em princípios de Oitocentos e cerca de 150 anos depois: reconstituição feita com base na carta topográfica de Neves Costa (ca. 1:30 000, 4 folhas, 1813-1816) e na actual carta agrícola e florestal de Portugal (1:25 000, várias folhas datando da década de 60).

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O último trabalho de Neves Costa foi realizado quando já estava reformado “sem o haver pedido ”, como consta no frontispício das suas Considerações militares tendentes a mostrar quais sejam no território português os terrenos cuja topografia ainda falta conhecer para servir de base a um sistema defensivo do Reino, que seja conforme com a sua natureza geográfica e com os princípios gerais da ciência da guerra (1841). Estas Considerações, escritas pouco tempo antes de morrer, seriam a resposta ao pedido que lhe fora feito pelo Governo em 1837: examinar os documentos topográficos existentes no Arquivo Militar e propor os que fossem ainda necessários a um plano de defesa do País. Este Arquivo, que Neves Costa bem conhecia porque nele trabalhara por diversas vezes, fora criado em 1802 e colocado na dependência do comando do Corpo de Engenheiros, quando este foi provisoriamente regulamentado 10 anos depois. Aí eram guardados os documentos e instrumentos relativos àquele Corpo, mas eram também executadas e copiadas cartas e memórias.

Organizada em 20 capítulos, esta memória é essencialmente uma exposição das necessidades do conhecimento topográfico das áreas mais sujeitas a invasões, dirigidas em direcção a Lisboa e ao Porto, e também da costa portuguesa. Os três capítulos finais, de grande interesse para a História da Cartografia Militar na primeira metade de Oitocentos, são de reflexão sobre a topografia e o modo de a melhorar. Neles, Neves Costa propôs a organização destes trabalhos numa Repartição de Topografia Militar, cuja organização e objectivos discute. Propôs ainda a introdução de normas que uniformizassem quer os levantamentos quer o desenho das cartas. Ao longo de quase uma centena e meia de páginas manuscritas, Neves Costa salientaria constantemente a situação de abandono da Cartografia topográfica militar, resultante em parte da falta de oficiais portugueses preparados e do pouco estímulo que lhes era dado, por não conseguirem ascender aos postos superiores da hierarquia militar. Não era de estranhar, por isso, haver poucos documentos topográficos na altura, devendo-se estes geralmente às ordens dos militares estrangeiros ao serviço do País e raramente às autoridades nacionais. Neves Costa referiu os limites dos seus próprios trabalhos; dos restantes, fez sobressair o muito que ainda faltava. Para acompanhar as suas Considerações, preparou uma Minuta de uma carta do Reino de Portugal (1840,ca.1:600 000), em que apresentou uma nova imagem das principais formas do relevo português, sombreando-as de forma sugestiva e aproximando a representação da realidade, mais do que nas cartas até então realizadas.
Em conclusão, o quadro da Cartografia portuguesa traçado neste trabalho dos anos 40 é claramente sombrio: desorganização das actividades cartográficas militares e, relacionado com ela, a falta de cartas topográficas. Por não existirem também cartas itinerárias do País, para a deslocação das tropas, Neves Costa foi encarregado também de propor normas para a sua rápida execução. Daí resultou um outro trabalho seu, datado de 1840, contendo 29 regras sobre o que devia ser feito nos itinerários das estradas: Observações e advertências para se proceder com a maior igualdade e uniformidade possíveis aos itinerários parciais que tem de ser feitos em diferentes partes do território português por diversos oficiais para servirem depois à redacção da Carta Itinerária Geral do Reino.

A importância de Neves Costa reflectiu-se também em muitas outras comissões e trabalhos, onde se pronunciou sobre assuntos como a defesa nacional ou outros do foro não geográfico, aos quais deu a sua visão de cartógrafo e o vasto conhecimento do País. Contestou, desassombradamente, opiniões de Generais estrangeiros ilustres, que os responsáveis portugueses pareciam escutar e venerar, mas que desvirtuavam a instituição.

Foi deputado e, inclusivamente, chegou a ser nomeado para Ministro da Guerra, por decreto de 20 de Maio de 1823, mas, restaurado o governo absolutista, não chegaria a ocupar o cargo. Enfim, uma vida profissional vasta, diversificada e brilhante, que ironicamente não lhe trouxe as promoções merecidas (depois de ter ascendido a Major em 1807, esperou 13 anos para ver concretizada a subida ao posto de Tenente-Coronel e, no mesmo ano, a Coronel), que foi motivo de invejas e ódios e que determinaria o seu afastamento e depois a reforma compulsiva. Também por essas razões, terminaria os seus dias amargurado. Se, passados vários anos, alguns pretenderam honrar a sua memória ao publicar-lhe parte dos trabalhos, a Cartografia militar desconhece-o hoje por completo e, por isso, nunca se lhe prestou a homenagem merecida. Em suma, o perfil deste engenheiro militar é, antes de tudo, o do cartógrafo, ou seja, do técnico competente. Atravessou as difíceis vicissitudes políticas dos começos de Oitocentos, e embora por elas penalizado, manteve-se em funções e foi nomeado para algumas de grande relevância nacional. No final da vida, já impossibilitado de executar trabalhos de campo, foi registando as suas ideias no gabinete.

Morreu aos 67 anos de idade. “Finou-se assim o conspícuo militar, não tendo recebido outra demonstração pública de apreço, que tão justamente lhe era devida; cortado de amargos dissabores baixou ao sepulcro, sem outra condecoração senão a insígnia de cavaleiro da ordem militar de S. Bento de Avis, devida ao tempo de serviço, tendo sido reformado, não o havendo pedido, com a graduação de Brigadeiro, patente à qual, como antigo Coronel, desde há muito havia jus na sua efectividade de Exército. (...) Termina assim a carreira de tão digno soldado da pátria, a quem as baixas paixões de ambições insofridas, de ciúmes e invejas, elaborando a pérfida intriga, parece, deram os últimos golpes...” (Cláudio de Chaby, Excerptos historicos..., 1863).


Maria Helena Dias

Nota – Este texto foi publicado originalmente em: DIAS, Maria Helena - Brigadeiro José Maria das Neves Costa, 1774-1841: patrono do Instituto Geográfico do Exército. [Lisboa]: Instituto Geográfico do Exército, 2005. 16 p.


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