1962 - DOM ROBERTO
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35 mm - pb - 2798 mt - 102 mn. Realização: - Ernesto de Sousa. Produção: - Cooperativa do Espectador. Argumento: - Leão Penedo. Adaptação: - Ernesto de Sousa. Diálogos: - Leão Penedo. Fotografia: - Abel Escoto.

Elenco: - Raul Solnado, Glicínia Quartin, Nicolau Breyner, Rui Mendes, Luís Cerqueira.



Testemunho de fronteira para o Novo Cinema, Dom Roberto assinala uma iniciação do ensaísta e crítico Ernesto de Sousa, salientando as vantagens duma via independente, logo na postura teórica. Como antecedente, sobressaem as expectativas de viragem, quanto à rotina comercial, perspectivadas pelo movimento cine-clubista, de que o realizador era um dos responsáveis. Durante anos em preparação, sobretudo por dificuldades de financiamento, o projecto foi formalizado em 1959, ao criar-se uma Cooperativa do Espectador, oportunidade para o lançamento de talentosos actores e técnicos.

Com orçamento de 900 contos, a rodagem decorreu em 1961. Vulgarizado como sagração dum realismo poético, pelas características ficcionais do escritor/argumentista Leão Penedo, Dom Roberto mereceu, no Mercado do Festival de Cannes, uma Menção Especial do Júri do Melhor Filme para a Juventude. Uma vertente social, exploratória, é matizada em laivos cómicos, pitorescos. A sugestão insólita dos robertos, manipulados pelo precário herói como meio de sobrevivência, estiliza uma alegoria existencial. A densidade humana e marginal transfigura-se na autenticidade das personagens, com estigmas dum lirismo dramático.


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