LA
POP END ROCK
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LA
POP END ROCK é
uma obra ficcionada sobre a carreira oficial e a vida não
documentada dos UHF,
enquanto banda, e das personagens que pelo grupo
passaram ao longo dos encores
de uma vida.
Como
um ser, La
Pop fez
parte de todos os nossos dias desde o início dos
ensaios no Outono de 2000 e, densamente, tomou espaço e
fez parte da minha vida enquanto escritor do puzzle
das canções que revelam a história.
As
personagens ganharam corpo e contornos próprios. Da memória
saltaram histórias e lugares que o tempo arquivou, aqui
recuperadas, sob os efeitos de uma nova luminosidade.
Por isso também LA
POP END ROCK é
um tributo a todos os músicos que sulcam as estradas
deste país, músicos que oferecem ao público o
ramalhete das suas canções, e que acreditam mesmo
quando ninguém acredita e os murmúrios fúnebres se
erguem.
Nem
sempre foi fácil conduzir o esforço das gravações
nem tinha que o ser. A escrita produzira uma teia de
melodias e palavras que funcionavam a um só tempo como
espelhos de nós próprios, desafios sonoros, e o
regresso ao som do quarteto – voz, duas guitarras em
carga e a bateria que marcava a doer.
Há
ironia nos passos de qualquer vida e certamente também
nos nossos. Usámo-la, recordando quantas vezes somámos
disparates, vencemos à tangente e rimos como alarves.
Num gesto épico e secreto erguemo-nos sempre que a lama
moldava o rosto.
O
rock tem destas coisas: une a tribo, pequena, que salta para a galera, e,
faca nos dentes, vai por aí à conquista, pirateando.
Depois, para além do palco, há a multidão. No final,
é dos livros, arrecadar-se os despojos – palmas e
suor – e deixar a noite chegar ao dia erguendo o
brinde do último copo ao lado de uma nova mulher.
Estes
fomos e somos nós, à nossa maneira.
António
Manuel Ribeiro
Entre
Maio de 2001 e Fevereiro de 2003
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