|
|
[...] Veio cá o Lopes Graça, fazer ouvir um coro de músicos populares que ensaiava e rege, - a convite de um grupo cultural a que pertenço. Acompanhava o grupo a minha Benilde, - isto é: Maria Barroso, que entre mais coisas recitou o Cântico Negro. Com não menor vibração, e talvez mais intenção, do que o Villaret. Tivemos uma boa ovação, ela e eu. Hoje, remergulhei n'A Velha Casa; n'As Monstruosidades Vulgares; mas vão devagar, com todas estas distrações e contratempos.
Lá gravei o disco... mas fiquei pouco satisfeito: bem sentia que poderia dizer melhor (em pequenas coisas) do que dissera. Mas estava num dos tais dias de alergia, com uma insuportável hiper-sensibilidade, e chegava a ficar quase sufocado de nervosismo. Nem eles imaginaram o esforço que fiz! Quando puderes ouvir esta nova gravação, ouve-a, para me dares as tuas impressões sinceras.
Excerto da carta de Régio para Alberto de Serpa, enviada de Portalegre em Abril de 1959.
|
|
|