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Inéditos

Ondas

O que os meus olhos viram, esta manhã, era o mar da Foz como vem nas histórias heróicas dos pescadores de antanho. O mar das ondas altas e vigorosas, varrendo os rochedos, lambendo a areia da praia, atirando espuma ao vento, avançando contra os molhes e neles rebentado em fúria. O que eu vi, na contraluz do nascer do dia, foram vagas com crinas de luz - longos e mágicos halos de claridade varrendo a manhã.

Madrugada

Ver nascer o sol. Há um instante em que as nuvens se tingem de tons rosados contra um céu quase violeta. Depois, aos poucos, a grande bola de fogo ergue-se do chão e vai dourando as fachadas dos edifícios. A luz da manhã é absolutamente transparente, límpida, cheia de reflexos. O mundo parece um sítio onde vale a pena estar, com o nascente alaranjado recortando as silhuetas das árvores nuas.

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© Instituto Camões, 2006