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No
tempo dos castelos...
PARTE
3
Universidade de Turim
Leitor: Dr. Arlindo Castanho
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Nesse
momento entrou o conde e viu a Ana Joana. Era a primeira vez que se encontravam.
O
conde perguntou: «O que é que fazes aqui?». E ela respondeu: «Desculpe, eu
sou uma nova criada. Entrei ao serviço ontem.» E, entretanto, escondia o pedaço
de papel no bolso do avental.
Ao fim da tarde, a criada foi a casa da sua mãe e, perturbada, mostrou-lhe o
papel. A mãe, depois de o ter lido, desatou a chorar, e a filha perguntou-lhe o
motivo. Entre as lágrimas, a mãe contou-lhe então toda a triste história
dela própria e da sua avó, que era a princesa Isabel.
A princesa não tinha sido morta pelo Artur naquele dia, mas foi o rei, com a
ajuda do seu conselheiro, o conde Filipe Sebastião de Olvide, que organizou uma
diabólica encenação. Fingiram a morte da princesa, para esconder o escândalo
da sua gravidez, e fecharam-na num convento, onde ela deu à luz a mãe da Ana
Joana.
A princesa morreu quando a sua filha era ainda pequena, e esta última só foi
informada da sua verdadeira origem quando já era uma rapariga crescida. Quem
lhe revelou tudo foi a velha madre superior, pouco antes de morrer.
Finalmente a par do que sucedera, a Ana Joana decide apresentar-se na corte,
para reivindicar a sua ascendência real. Conta a sua história ao rei e ao
conde Nuno de Olvide, seu conselheiro. Quando a jovem mostra, como prova das
suas palavras, o pedaço de papel, o conde manda um criado ao seu quarto. Alguns
minutos depois, o criado regressa com um velho pedaço de papel...
O conde diz ao rei que a rapariga tem razão, e que o papel que ele tem na mão
é a parte que falta à carta da Ana Joana, que estava rasgada e reduzida às
primeiras linhas. A Ana Joana e a mãe foram reconhecidas como membros da família
real, e os despojos mortais do cavaleiro Artur foram transferidos para a
catedral, para junto dos outros nobres.
Daquele dia em diante, os camponeses nunca mais viram o cavaleiro sem cabeça.
Autores:
Alunos
de 3.° Ano:
Michelle Piritore,
Claudio Gurgone,
Estela Magiorotti
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