Cultura e Sociedade |
Quem viajar de comboio para Leipzig terá a impressão de chegar a uma metrópole
do século passado: a estação continua a ser a maior da Europa. O mesmo não
se pode dizer da nossa cidade, estabelecendo-se assim uma relação contraditória
entre as duas. Construída entre 1907 e 1915, com 26 vias férreas, a estação era o
templo da burguesia próspera que transformou Leipzig na segunda maior cidade da
Alemanha antes da II Guerra Mundial. Hoje em dia, o viajante sente-se
marginalizado perante a multidão que tem de enfrentar quando sai do comboio: a
estação passou a ser o maior centro comercial da cidade e a maioria das
pessoas deslocam-se até Leipzig com o objectivo de viajarem pelo mundo do comércio... A arquitectura do edifício é notável pela sua simetria, facto que se deve
à então divisão da rede ferroviária. Em tempos, houve uma metade prussiana e
outra saxónia com uma fronteira virtual que dividia o edifício em duas partes
iguais: havia duas salas de espera, duas entradas e, portanto, dois chefes de
estação. Diz a lenda que, todas as manhãs, os dois chefes de estação, o prussiano
e o saxão, se cumprimentavam entre as linhas 13 e 14, precisamente na dita
fronteira, antes de começarem o seu serviço. |
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