Guerra Junqueiro, por Elisabeta Mariotto
Abílio Manuel Guerra Junqueiro(1850-1923)
Abílio Manuel Guerra Junqueiro nasceu em Freixo de Espada à Cinta a 17 de setembro de 1850. Fez os estudos os preparatórios no Liceu de Bragança e frequentou o curso de Teologia da Universidade de Coimbra durante dois anos. Compreendendo que não tinha vocação para a vida religiosa, transferiu-se para o curso de Direito daquela universidade, concluindo-o em 1873. Ainda durante o curso de Direito, começou a manifestar notável talento poético, sendo considerado um dos nomes mais promissores da nova geração de poetas portugueses da época. Em 1868, publicou o opúsculo O Aristarco Português e a obra Baptismo de Amor. Sendo antimonárquico, manifestou as suas ideias republicanas em 1873, publicando o poemeto À Hespanha Livre, em que celebrou a proclamação da república espanhola. Em 1874, publicou A Morte de D. João, obra que obteve um enorme sucesso, recebendo apreciações críticas de escritores de grande renome como Camilo Castelo Branco e Joaquim Pedro de Oliveira Martins. Em Coimbra, começou a sua carreira literária promissora como redator do jornal literário A Folha. Transferindo-se posteriormente para Lisboa, foi colaborador de jornais políticos e artísticos, como o jornal A Lanterna Mágica. Entrou para o funcionalismo público e tornou-se secretário-geral do governador civil dos distritos de Angra do Heroísmo e de Viana do Castelo. Em 1878, foi eleito deputado pelo círculo de Macedo de Cavaleiros, nunca deixando de se dedicar, entretanto, à literatura. Publicou, em 1879, a obra A musa em Férias, que reúne grande parte das suas poesias. Faleceu em Lisboa a 7 de julho de 1923.
Guerra Junqueiro teve um papel extremamente importante no cenário cultural de Portugal. Foi classificado o "Victor Hugo português" devido à sua importância e foi considerado, por muitos, o maior poeta social português do século XIX. Recebeu o reconhecimento de escritores contemporâneos importantes, como Eça de Queirós, que o considerou "o grande poeta da Península", como Sampaio Bruno, que viu nele o maior poeta da contemporaneidade, e como Teixeira de Pascoais, que o classificou "um poeta genial". Fernando Pessoa também manifestou a sua admiração por Guerra Junqueiro, classificando Pátria uma obra "superior aos Lusíadas". Da mesma forma, Miguel de Unamuno, escritor espanhol, também considerou-o "um dos maiores poetas do mundo".
A sua obra poética aborda temas sociais que refletem o panorama da sociedade portuguesa dos finais do século XIX e do início do século XX. O anticlericalismo e o ataque à burguesia corrupta são temas marcantes da obra de Guerra Junqueiro, que apresenta um profundo descontentamento com a decadência de Portugal e com postura do rei Dom Carlos e de toda a dinastia Bragança face ao destino do país. Considerava que Portugal estava entregue a uma monarquia que indiferente ao desenvolvimento do país, e desprovida de moral, porquanto entregue aos interesses ingleses. Junqueiro considerava, portanto, que o país havia entrado numa decadência moral e que só poderia se reerguer quando conseguisse redefinir a sua própria identidade, através da revolução moral.
Guerra Junqueiro foi militante do Partido Progressista durante o período monárquico e colaborou ativamente com a República após a sua instauração, em 1910. Obteve reconhecimento dos seus serviços em prol do ideal Republicano, sendo nomeado Ministro Plenipotenciário da República Portuguesa na Suíça, função que ocupou até 1914.
Manifestou a sua oposição à monarquia em poemas como Finis Patriae, Canção do Ódio e Pátria, instigando nos seus leitores um sentimento de descrédito em relação ao sistema de governo em vigor. Uma das maiores críticas de Junqueiro à monarquia deveu-se à cedência do rei Dom Carlos ao Ultimato Inglês, que resultou, em 1890, no fim do projeto colonial português do Mapa Cor-de-Rosa. Este projeto visava os territórios da costa de Angola à costa Moçambicana.
Guerra Junqueiro marcou, inegavelmente, o cenário da cultura e da literatura portuguesas. Foi reverenciado por vários escritores de renome e continua a ser considerado uma figura de extrema importância no panorama português. Além de grande escritor, foi uma personagem politicamente ativa na instauração da república portuguesa. Obteve reconhecimento não só a nível nacional, mas também internacional, tendo ultrapassado fronteiras e influenciado pensadores de todo o mundo.
Bibliografia ativa
• Amaral, M. (2000-2012). Guerra Junqueiro. In: Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico. Edição eletrónica: http://www.arqnet.pt/dicionario/guerrajunqueiro.html
• Calafate, P. (2006). Portugal como problema – Século XIX: A decadência. Lisboa : Fundação Luso-Americana.
• Pereira, H. M. S. (2008). Guerra Junqueiro. In: Revisitar e Descobrir Guerra Junqueiro. Universidade Católica Portuguesa do Porto. Edição eletrônica: http://artes.ucp.pt/guerrajunqueiro/revisitardescobrir.html
Bibliografia passiva
• Junqueiro, G. (1874). A Morte De D. João. Porto : Livraria More.
• Junqueiro, G. (1875). Contos para a Infância.
• Junqueiro, G. (1879). A Musa Em Férias. Lisboa : Typographia Universal.
• Junqueiro, G. (1885). A velhice do padre eterno. Porto : Livraria Minerva.
• Junqueiro, G. (1890). Finis Patriae. Porto : Empreza Litteraria e Typographica-Editora.
• Junqueiro, G. (1892). Os Simples. Porto : Typographia Occidental.
• Junqueiro, G. (1903). Oração Ao Pão. Porto : Livraria Chardron.
• Junqueiro, G. (1915). Pátria. Porto : Livraria Chardron.
• Junqueiro, G. (1920). Poesias Dispersas. Porto : Livraria Chardron.
Oliveira Martins, por Sérgio Campos Matos
Oliveira Martins
Historiador, economista, antropólogo, crítico
social e político, a sua ação e os seus trabalhos suscitaram controvérsia e
tiveram considerável influência, não apenas em historiadores, críticos e
literatos do seu tempo e do século XX, mas na própria vida política portuguesa
contemporânea.
Desde 1867, Oliveira Martins experimentou
diversos géneros de divulgação cultural: romance e drama históricos, ensaios de
reflexão histórica e política e doutrinária. Mas essas tentativas, de valor
desigual, não alcançaram grande sucesso. Em 1879, dá-se uma inflexão no seu
percurso intelectual, com o início da publicação da Biblioteca das Ciências
Sociais, de sua exclusiva autoria. Embora alheia a intenções doutrinárias e ao
espírito de sistema dominante na época (positivismo, determinismos vários), não
deixaria de, pontualmente, exprimir estas tendências. Pelo largo fôlego e
diversidade de matérias que pretendia abarcar - história peninsular, história
nacional e ultramarina, história de Roma, antropologia, mitos religiosos,
demografia, temas de economia e finanças, etc. - a coleção constituiu um
projeto sem precedentes no meio cultural português da Regeneração, com o
objetivo de generalizar todo um conjunto de saberes entre um público alargado.
O empreendimento editorial ficaria marcado pelo autodidatismo de Oliveira
Martins, uma curiosidade científica sem limites e um bem evidente pendor
interdisciplinar e globalizante. Esse autodidatismo é afinal indissociável do
próprio percurso biográfico e profissional do historiador.
Na verdade, devido à morte do seu pai, Martins
não chegara a concluir o curso liceal e cedo se dedicou à atividade
profissional como empregado em duas casas comerciais (1858-70). Exerceu depois
funções de administrador de uma mina, na Andaluzia (Santa Eufémia, 1870-74). De
novo em Portugal, dirigiu a construção da linha ferroviária do Porto à Póvoa e
Famalicão e foi administrador da respetiva Companhia ferroviária. Entretanto
era eleito presidente da Sociedade de Geografia Comercial do Porto (1880) e
depois nomeado diretor do Museu Industrial e Comercial do Porto (1884). Exerceu
ainda as funções de administrador da Régie dos Tabacos (desde 1888), da
Companhia de Moçambique (1888-90) e fez parte da comissão executiva da
Exposição Industrial Portuguesa (1888).
Em 1885, Oliveira Martins aprofundava a sua
prática de redator da imprensa periódica com a fundação d'A Província (1885)
e depois, já em Lisboa, d'O Repórter (1888). Para além destas
experiências profissionais tão diversas e na sequência de várias candidaturas a
deputado (1878-83), convicto da necessidade de reformar profundamente a vida
política nacional, aderia ao Partido Progressista (1885), partido em que
dinamizaria a chamada Vida Nova. Era eleito deputado (sucessivamente, de 1886 a 1894) e, em 1899,
nomeado Ministro da Fazenda no ministério de José Dias Ferreira. Desempenharia
este cargo apenas por quatro meses, devido a divergências com o chefe do
governo.
Na sua extensa obra podem distinguir-se as
seguintes fases:
1867-1871: estreia, em múltiplos géneros
(romance histórico, drama, crónica, crítica literária, artística, social e
política); é uma fase sincrética de experimentação de ideias e primeiros
tentâmes críticos.
1872-78: ensaio de temática histórica (1872 e
1878); crítica social e política; textos de doutrina e reflexão sobre o
socialismo (1872-73); crónica de atualidade, de incidência diversa (Revista
Ocidental, 1875); desenvolve-se e alarga-se, em termos de problemática, a
anterior experimentação, centrando-se agora em três grandes áreas, a história e
o pensamento social e político e os estudos sobre finanças. De apologista de
uma república social e federalista, na sequência do malogro da República em
Espanha, depressa passa a crítico sagaz do republicanismo (1873-74) e teórico
do socialismo catedrático.
1879-1885: publicação da Biblioteca das
Ciências Sociais, de temática muito variada, em que à aprendizagem do seu autor
corresponde, de imediato, a apresentação pública dos resultados dessa
autoformação. Define-se um vasto projeto de divulgação cultural e científica.
Aprofunda-se e estrutura-se a visão da história de Portugal e abrem-se novos
campos à sua curiosidade científica: geografia, arqueologia, antropologia,
sociologia, psicologia coletiva, economia.
1885-1894: crónica política na imprensa
periódica, ensaísmo histórico (por exemplo, Portugal nos Mares), biografias
históricas e crónicas de viagem (respeitantes a Inglaterra e Espanha).
Corresponde, em parte, à fase de mais intensa atividade política (1885-1892),
ao abandono da Biblioteca das Ciências Sociais e à conceção de um plano de
biografias históricas (desde 1889), concentrando-se o seu interesse no período
áureo da história nacional (dos finais do séc. XIV ao séc. XVI) e nas suas
personalidades representativas (Os filhos de D. João I, Nuno Álvares Pereira,
D. João II). Esse tempo forte encerrava, a seu ver, as melhores experiências
políticas e éticas para o presente.
Oliveira Martins
Quer no plano historiográfico quer no plano
político-ideológico, Oliveira Martins ocupa um lugar singular no panorama
cultural e político português da segunda metade do séc. XIX, que sempre resiste
a quaisquer etiquetas que se lhe aponham. Teórico do socialismo de inspiração
proudhoniana, evoluindo depois no sentido do reconhecimento da relevância da
autoridade e da razão de Estado? Mentor do grupo dos Vencidos da Vida, no final
do decénio de 1880? Historiador romântico, cultor de uma história narrativa,
dramática, de expressão artística? Historiador metafísico, pessimista, filósofo
da história? Divulgador de uma antropologia de cariz evolucionista e
darwinista? Poderá admitir-se tudo isso, sem dúvida. Mas também é verdade que
não deixou de manifestar uma intencionalidade científica (veja-se, por exemplo
a História da Civilização Ibérica, 1879), teorética, de integração de
uma pluralidade de métodos e saberes (geografia, antropologia, economia,
ciência política, psicologia, história) numa leitura global da evolução
histórica nacional e da própria humanidade.
Como também evidenciou, sobretudo nas
biografias históricas do final da vida, a par de indiscutíveis qualidades
literárias e ensaísticas, empenho na pesquisa e utilização de fontes, nas quais
procura escorar as suas obras. Sem esquecer a preocupação em rever aturadamente
os seus trabalhos e pontos de vista anteriores: lembrem-se as sucessivas
reestruturações a que submeteu o plano da Biblioteca das Ciências Sociais, a
revisão da História de Portugal, tendo em conta diversas críticas que
lhe haviam sido dirigidos, a reelaboração de Os Lusíadas. Ensaio
sobre Camões e a sua obra (versão original, 1872) em 1891, ou as diversas
propostas de periodização do percurso histórico nacional que sucessivamente
adotou. Todavia, as qualidades do prosador de largos dotes artísticos
sobrepõem-se, por vezes, às exigências do rigor histórico.
No plano político, não deixa de ser
sintomático o modo tão díspar como a sua intervenção na sociedade portuguesa
foi julgada pelos seus contemporâneos. É um facto que aceitou o apoio de
regeneradores numa candidatura independente a deputado (1878). Tal como
aceitaria ser candidato oficial pelo Partido dos Operários Socialistas de
Portugal às eleições de 1879, ou ainda integrar uma lista republicana candidato
às eleições municipais de 1883, no Porto. São conhecidas as suas intenções
reformadoras quando aderiu ao Partido Progressista (1885). Percurso muito
criticado e discutido, deve contudo compreender-se tendo em conta a apreciação
que Oliveira Martins fazia da vida política nacional e das suas insuficiências
no ponto de vista da relação entre os políticos e a sociedade civil e sobretudo
das limitações da opinião pública. Bem como nunca perdendo de vista o quadro do
seu projeto reformista, independente e suprapartidário, não prescindindo,
todavia, do concurso dos partidos políticos, e tendo em conta a subalternização
da questão formal do regime (atitude que partilhava com Antero de Quental). A
multiplicidade de pontos de vista que sempre aflora em tão diversa reflexão
teórica complexifica extremamente a compreensão do seu legado.
Ainda hoje a obra de Oliveira Martins suscita
interpretações e juízos tão desencontrados como há um século atrás - sobretudo
no que respeita à sua historiografia e ao pensamento social e político que
deixou. O que permanece indiscutível é a indelével presença do seu espírito
crítico entre nós, a fina lucidez da sua compreensão dos problemas portugueses.
Bibliografia Ativa
(selecionada)
Febo Moniz, Lisboa, Empresa Lusitana Ed. s.d. (1867);Os Lusíadas. Ensaio sobre Camões e a sua obra, em relação à sociedade portuguesa e ao movimento da Renascença, Porto, Imprensa Portuguesa Ed., 1872.;Teoria do socialismo (pref. de António Sérgio), Lisboa, 1952 (1.ª ed., 1872);Portugal e o Socialismo (pref. de António Sérgio), 2.ª ed., Lisboa, 1953 (1873);A circulação fiduciária. Memória apresentada à Academia Real das Ciências de Lisboa, Lisboa, PAMP, 1923 (1878);História da civilização ibérica, 8.ª ed., Lisboa, Parceria A.M.Pereira, 1946 (1.ª ed., 1879);História de Portugal. Edição crítica (introd. de Isabel de Faria e Albuquerque e pref. de Martim de Albuquerque), Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, s.d. [1988];Portugal Contemporâneo, 3 vols., Lisboa, Guimarães Editores,, 1953 (1.ª ed., 1881);O Brasil e as colónias portuguesas, 5.ª ed., Lisboa, Parceria A.M.Pereira, 1920 (1.ª ed., 1880);Elementos de Antropologia, 7.ª ed., Lisboa, Guimarães Editores, 1954 (1880);As raças humanas e a civilização primitiva, 4.ª ed., 2 vols., Lisboa, Parceria A.M.Pereira, 1921 (1881);Sistema dos mitos religiosos (pref. de José Marinho), 4.ª ed., Lisboa, 1986 (1882);Quadro das instituições primitivas, 3.ª ed., Lisboa, Parceria A.M.Pereira, 1909 (1883);O Regime das riquezas, 3.ª ed., Lisboa, Parceria A.M.Pereira, 1917 (1883);Tábuas de cronologia e geografia histórica, Lisboa, Livraria de António Maria Pereira Ed., s. d. ( 1.ª ed., 1884);Política e economia nacional, 2.ª ed., Lisboa, Guimarães Editores, 1954 ( 1.ª ed, 1885);História da República Romana, 4.ª ed., 2 vols, Lisboa, Parceria A.M.Pereira, 1927 (1885);Camões, Os Lusíadas e a Renascença em Portugal, 4.ª ed., Lisboa, Guimarães Ed., 1986 (texto correspondente ao da 2.ª ed., 1891);Portugal nos Mares, Lisboa, Guimarães Editores, 1994 (1889 e 1924);Os filhos de D. João I, 2 vols., Lisboa, Guimarães Editores, 1983 (1.ª ed., 1891);A vida de Nun'Álvares, 9.ª ed., Lisboa, Guimarães Editores, 1984 (1.ª ed., 1893);A Inglaterra de hoje, Lisboa, Guimarães Editores, 1951 (1893);Cartas peninsulares, Lisboa, Liv. António M.Pereira, 1895;O Príncipe Perfeito (pref. de H. Barros Gomes), 6.ª ed., Lisboa, Guimarães Editores, 1984;Dispersos (sel., pref. e notas de António Sérgio), 2 vols, Lisboa, Oficinas Gráficas da Biblioteca Nacional, 1924;Correspondência de J.P. de Oliveira Martins, (pref. e anotada por F.A. de Oliveira Martins, Lisboa, Parceria A.M.Pereira, 1926;Perfis (pref. de Luís de Magalhães), Lisboa, Parceria A.M.Pereira, 1930;Páginas desconhecidas (Introd., coorden. e notas de Lopes de Oliveira), Lisboa, Seara Nova, 1948;Literatura e filosofia (pref. de Cabral do Nascimento), Lisboa, Guimarães Editores, 1955;O Jornal, Lisboa, Guimarães Editores, 1960;Política e história, 2 vols., Lisboa, Guimarães Editores, 1957; Fomento rural e emigração, 3.ª ed., Lisboa, Guimarães Editores, 1994.
Bibliografia Passiva
Cadernos do Noroeste. Actas do Colóquio Oliveira Martins, Instituto
de Ciências Sociais, Universidade do Minho, vol.7, n.º 1, 1994;
Pedro CALAFATE (introd. e selecção de textos),
Oliveira Martins, Lisboa, Ed. Verbo, 1990;
Fernando CATROGA, "História e ciências
sociais em Oliveira
Martins", in História da História em Portugal sécs.
XIX-XX, Lisboa, Círculo de Leitores, 1996, pp. 117-159;
Fidelino de FIGUEIREDO, História d'um "Vencido
da Vida", Lisboa, Parceria A.M.Pereira, 1930;
Paulo FRANCHETTI, "No centenário da morte
de Oliveira Martins", J.M. Eça de Queiroz, J.P. Oliveira Martins, Correspondência, São Paulo, UNICAMP, 1995;
V. Magalhães GODINHO, Ensaios III.
Sobre teoria da história e historiografia, Lisboa, Sá da Costa, 1971;
Manuel Viegas GUERREIRO, Temas de
antropologia em
Oliveira Martins, Lisboa, ICLP, 1986;
Amadeu Carvalho HOMEM, "Oliveira
Martins", História de Portugal (dir. de João Medina), vol. IX,
Lisboa, Ediclube, 1993, pp.145-148;
Inventário do espólio de
Oliveira Martins (org. de Maria José
Marinho e A. Braz de Oliveira; cronol. de Carlos Maurício), Lisboa, 1995;
Joaquim Pedro de Oliveira Martins. In Memoriam, s.l.,
n.d.(1902);
Eduardo LOURENÇO, "Lembrança de Oliveira
Martins - história e mito", Oliveira Martins e os críticos da História
de Portugal, Lisboa, IBNL, 1995;
Álvaro M. MCHADO, Les romantismos au Portugal.
Modeles etrangers et orientations nationales, Paris, FCG, 1986;
Guilherme de Oliveira MARTINS, Oliveira
Martins. Uma biografia (pref. de Eduardo Lourenço), Lisboa, s.d.;
Sérgio Campos MATOS, "Na génese da teoria
do herói em Oliveira
Martins", Estudos em homenagem a Jorge Borges de
Macedo, Lisboa, INIC, 1992, pp. 475-504;
Id., Historiografia e memória nacional no Portugal do século XIX (1846-1898), Lisboa, Ed. Colibri 1998;
Carlos C. MAURÍCIO, A imagem humana.
O caso de Oliveira Martins, 1867-1955, Lisboa, ISCTE, 1995 (dactil.);
João MEDINA, As Conferências do Casino e o
socialismo em Portugal, Lisboa, Pub. D. Quixote, 1984;
Augusto Santos SILVA, Oliveira Martins e o socialismo, Porto,
Afrontamento, 1987;
Id., Palavras para um país, Lisboa,
Celta, 1997;
Albert SILBERT, "Oliveira Martins et
l'Histoire", Regards sur la génération portugaise de 1870, Paris,
FCG, 1970;
Abdoolkarim A. VAKIL, "Caliban na
Biblioteca: Oliveira Martins, ciências sociais, cidadania e colonialismo",
Estudos Portugueses e Africanos, n.º 25/26, 1995, pp.109-127;
"Leituras de Oliveira Martins. História,
ciências sociais e modernidade económica" (1995), Actas do Congresso
Internacional Oliveira Martins: literatura, história e política (no
prelo).
Obras Traduzidas em Espanhol
História de la Civilización Ibérica (trad. Luciano Taxonera), Madrid, 1894 (há várias outras edições, de 1926, 1946, etc.; há
também duas edições pub. em
Buenos Aires, com revisão e prólogo de Xavier Bóveda, 1944 e
1951 e uma sob o título de La Civilización Ibérica, México,
Ed. Intercontinental, 1944);
Los Hijos de D. Juan I. pincepes, guerreiros y navegadores fundadores de un imperio, Buenos Aires, Ed. Atalaya, 1946;
Navegaciones y Drescobrimentos de los portugueses anteriores al viaje de Colon, Madrid, 1892 (há trad. francesa
de Alexandre Boutroue, Paris, 1893).
Obras Traduzidas em Inglês
The History of Iberian Civilization (trad. de Aubrey Bell e pref. de S. Madariaga), Londres, Oxford University Press, 1930;
The Golden Age of Prince Henry the Navigator (trad.
de Os filhos de D. João I com anotações de Johnston Abraham and W. E.
Reynolds, Londres, Chapman and Hall, 1914;
The England of Today (trad. de C.J. Wildey),
Londres, G. Allen, 1896.
Iconografia
Duas fotos reproduzidos em Guilherme de
Oliveira MARTINS, Oliveira Martins. Uma biografia (pref. de Eduardo
Lourenço), Lisboa, s.d, junto à p.208 e uma terceira reproduzido em António José Saraiva,
História ilustrada das grandes literaturas. Literatura portuguesa, Lisboa,
Ed. Estúdios Côr, 1966, p.240
Trechos Significativos de Algumas Obras
História de Portugal. Edição crítica (introd.
de Isabel de Faria e Albuquerque e pref. de Martim de Albuquerque), Lisboa,
Imprensa Nacional-Casa da Moeda, s.d. [1988];
"Advertência, vol. I, pp.VII-VIII
(concepção de história: "A história é sobretudo uma lição moral (...)
facto incontestável na vida das sociedades", 1.32, p. VIII);
Idem, vol.II, p.262 (sobre D. João VI:
"Representante quase póstumo.... filha do Barbadão")
História da Civilização Ibérica, 8.ª ed.,
Lisboa, Parceria A.M.Pereira, 1946 (1.ª ed., 1879): livro IV, cap. 11
pp.221-222 ( o misticismo espanhol: "A força criadora da natureza produziu
espontaneamente um fenómeno singular na Europa (...) Marrocos e a
Espanha"; o futuro dos povos peninsulares: Livro Quinto, cap. III,
pp.327-328: "Nós acreditamos firme e diremos até piamente (...) a Espanha
do passado");
Portugal contemporâneo, vol. 3, Lisboa,
Guimarães Ed., 1953, Livro VI, cap-IV- Conclusões, pp.302-310 (reflexão sobre
Portugal e os seus problemas cerca de 1881: "O que nos interessa a nós
saber(...) Ser-lhe-á dado acordar ainda a tempo?"
História da República Romana, 4.ª ed., vol.II,
Lisboa, Parceria A.M.Pereira, 1927 (1885), pp.357-359: "Finalmente! As
províncias estavam submetidas (...) acabara de reduzir a pó a força
antiquíssima do Senado."(sobre César).