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O estudante disse para ele com voz muito terna: «Ah! senhor, quanto lhe agradeço ter-me dado uma pancada na cabeça ! *Quebrou-me o encanto que durante tantos anos me fez ser burro!...» O azeiteiro, tirou o chapéu e disse-lhe muito humildemente: «Perdi no senhor, como burro, *o meu ganha-pão; mas paciência! Como homem que agora é, peço-lhe muitos perdões...por tê-lo maltratado tanta vez; mas que quer?... o senhor fazia-me às vezes desesperar com as suas manias!» - Está perdoado, bom homem! - disse o estudante. - O que lhe peço é que me deixe em paz. O pobre azeiteiro, quando se viu só, lamentou-se da sua desgraça, e foi pedir dinheiro a um compadre para ir no dia seguinte à feira comprar outro burro. Quando chegou à feira viu lá o animal que lhe tinha pertencido, e que o estudante, que ele não tinha visto quando lho roubaram, estava a vender. O azeiteiro, julgou que o homem-burro se tinha transformado outra vez no seu burro, chegou-se ao pé do estudante e pediu-lhe licença para dizer um segredo ao burro. O estudante disse-lhe que sim e o azeiteiro, chegou a boca à orelha do animal, gritou com toda a força: «Olhe, senhor burro, quem o não conhecer que o compre».
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