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Para ler o resumo completo da crónica de Maria Judite de Carvalho preencha os espaços com os seguintes adjectivos:

pensativo, natural, cruel, violento, perplexa, paciente,
curioso, simples, agressiva, incomodada.

Uma menina de oito anos estava a ver um filme . Era e, por isso, ficou . Todos os dias lhe ensinavam que não devia ser e, afinal, na televisão estava a ver aquela cena . Pensou, pensou e resolveu dizer que não percebia. A mãe fazia tricô e perguntou-lhe, com um tom , o que é que ela não percebia. O gesto da menina foi e disse que a vida era um enigma. O pai, que estava sentado, ficou e decidiu resolver o problema da filha. Quando o pai se apercebeu da complexidade da questão, ficou e a mãe sentiu-se .



Repare nas duas «expressões idiomáticas» para mostrar como os pais não conseguiram responder à pergunta difícil da filha.
  A mãe largou o tricô e «engoliu em seco».
  O pai «respirou fundo»
Na língua portuguesa existem expressões idiomáticas para diferentes situações. Preencha os espaços abaixo com a expressão idiomática adequada a cada uma das frases.

chão que deu uvas; com uma perna às costas; nem por sombras;
trazer água no bico; a fazer horas; está sempre a remar contra a maré;
deitou água na fervura; passar pelas brasas

1. Estou com sono e cansada. Vou antes de ir ao cinema.
2. O João fez o exame . Ele disse que tinha sido fácil!
3. Comprar um terreno na aldeia . Dantes era fácil, mas hoje é muito difícil.
4. A Rita tem ideias interessantes. Mas como , não consegue convencer os seus amigos que pensam de forma diferente.
5. O José disse que ia repetir a prova, pois ia desistir do concurso.
6. Suspeito que este negócio deve , pois os documentos nunca mais aparecem.
7. O Francisco ficou a trabalhar até às sete da noite porque estava para a Joana lhe telefonar.
8. Eles começaram a gritar um com o outro.
Felizmente que a Luísa e eles fizeram as pazes.



A partir dos seguintes descrições do jornal «Público», seleccione os programas televisivos que são classificados como Infantil/Juvenil:

 

1. Inclui as rubricas Jardim da Celeste e Caderno Diário e as séries de animação Cocolino, Amigos de Gaspar, Animais Espantosos e Contos Assombrosos

Infantil/Juvenil
Sim
Não

2. Magazine económico da responsabilidade de Carlos Vargas.

Infantil/Juvenil
Sim
Não

3. Série documental sobre o mundo marinho.

Infantil/Juvenil
Sim
Não

4. Série portuguesa de humor, com Camacho Costa, João de Carvalho, Margarida Carpinteiro e Almeno Gonçalves, entre outros.

Infantil/Juvenil
Sim
Não

5. Programa de entretenimento em estreia, apresentado por Pedro Ribeiro. Inclui o sorteio da Roda dos Milhões,do Loto 2 e da Lotaria Nacional.

Infantil/Juvenil
Sim
Não

6. Magazine informativo no qual Fernando Teófilo, Susana da Mata e Vanda, a boneca virtual, abordam, de forma leve, temas como o trânsito, a actualidade, a meteorologia e o horóscopo.

Infantil/Juvenil
Sim
Não

 

 

 A criança estava perplexa. Tinha os olhos maiores e mais brilhantes do que nos outros dias, e um risquinho novo, vertical, entre as sobrancelhas breves. «Não percebo», disse.
Em frente da televisão, os pais. Olhar para o pequeno écran era a maneira de olharem um para o outro. Mas nessa noite, nem isso. Ela fazia tricô, ele tinha o jornal aberto. Mas tricô e jornal eram alibis. Nessa noite recusavam mesmo o écran onde os seus olhares se confundiam. A menina, porém, ainda não tinha idade para fingimentos tão adultos e subtis, e, sentada no chão, olhava de frente, com toda a sua alma. E então o olhar grande a rugazinha e aquilo de não perceber. «Não percebo», repetiu.
«O que é que não percebes?» disse a mãe por dizer, no fim da carreira, aproveitando a deixa para rasgar o silêncio ruidoso em que alguém espancava alguém com requintes de malvadez.
«Isto, por exemplo.»
«Isto o quê»
«Sei lá. A vida», disse a criança com seriedade.
O pai dobrou o jornal, quis saber qual era o problema que preocupava tanto a filha de oito anos, tão subitamente.
Como de costume preparava-se para lhe explicar todos os problemas, os de aritmética e os outros.
«Tudo o que nos dizem para não fazermos é mentira.»
«Não percebo.»
«Ora, tanta coisa. Tudo. Tenho pensado muito e...Dizem-nos para não matar, para não bater. Até não beber álcool, porque faz mal. E depois a televisão...Nos filmes, nos anúncios...Como é a vida, afinal? »
A mão largou o tricô e engoliu em seco. O pai respirou fundo como quem se prepara para uma corrida difícil.
«Ora vejamos,» disse ele olhando para o tecto em busca de inspiração. «A vida...»
Mas não era tão fácil como isso falar do desrespeito, do desamor, do absurdo que ele aceitara como normal e que a filha, aos oito anos, recusava.
«A vida...», repetiu.
As agulhas do tricô tinham recomeçado a esvoaçar como pássaros de asas cortadas.

Maria Judite de Carvalho in «O Jornal», 2-10-81