Viseu
Viseu
Indo eu, indo eu,A caminho de Viseu,Encontrei o meu amor,Ai Jesus, que lá vou eu!(tradicional)
Partindo de Aveiro ou de Coimbra, Viseu fica a pouco mais de uma hora de viagem. Começamos a nossa visita no Rossio, espaço central da cidade, bastante movimentado. No século passado, foi um verdadeiro «Passeio Público». Aqui se passeava à sombra das árvores, se convivia e namoriscava. Pela Rua Formosa, que deve a sua designação aos edifícios de «Arte Nova» que a ladeavam, entramos depois no autêntico emaranhado de ruelas que constituem a parte velha de Viseu. Observando com atenção, não há de passar despercebida, logo ali na Rua Direita, a Casa de Treixedo. Contrariando o seu nome, a Rua Direita, é estreita e sinuosa. Aqui se situa o coração do comércio tradicional. As pequenas lojas seguem-se umas às outras, nos pisos térreos, com os comerciantes ainda a expor os seus produtos no exterior. Até ao século XVII, esta era também conhecida por «Rua das Tendas».Cortando aqui, virando ali, chegamos ao adro da Sé, que bem pode ser considerado uma das mais belas praças de Portugal. Apresenta-se enquadrada por quatro edifícios: a Varanda dos Cónegos e Torre de Menagem, a Sé Catedral, o Paço dos Três Escalões e a Igreja da Misericórdia. No centro, um cruzeiro de granito.A origem arquitetónica da Sé remonta aos séculos XII-XIV. A sua construção continuou nos séculos seguintes, razão pela qual podemos encontrar neste monumento características de vários períodos. A anterior fachada, manuelina, foi destruída por um temporal em 1635.São vários os motivos de interesse no interior da Sé Catedral, a começar pela «abóboda de nós», construída no século XVI. A talha dourada, combinada com o azul dos azulejos e com o granito, cria um quadro interior único. Os retábulos, por seu turno, acentuam o ambiente barroco.No Paço dos Três Escalões, contíguo à Catedral, localiza-se hoje o Museu Grão Vasco, designação que constitui uma justa homenagem a um dos maiores artistas do século XVI, com o seu berço em Viseu: o pintor Vasco Fernandes. O museu exibe algumas das suas obras-primas.São inúmeros os monumentos históricos que a cidade nos oferece, testemunho de uma história rica, que não se conta num só dia. Mas Viseu é hoje também uma cidade voltada para o futuro, cheia de jovens estudantes atraídos pelo Instituto Politécnico e por outras escolas de ensino superior.É notável o dinamismo cultural que presenciamos nesta cidade. Veja-se o caso das artes de palco e do cinema. Completamente renovado, o Teatro Viriato oferece-nos uma programação capaz de rivalizar com a capital. O Cineclube, por seu turno, desenvolve várias atividades destinadas ao grande público.E as artes tradicionais? A Feira de S. Mateus, no fim do verão, atesta a sua vitalidade. Voltaremos nessa altura. Porém, em Viseu, a cultura e a tradição servem-se à mesa ao longo do ano: das aldeias da Beira Alta, vêm pratos deliciosos e das quintas, onde se erguem belos solares, chegam os famosos vinhos do Dão.
Fotografias: © Vitor Oliveira / Portuguese_Eyes