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Teatro Moderno

(Lisboa, 1905)

No final da primeira temporada do Teatro Livre, em 1905, Araújo Pereira e Luciano de Castro abandonaram esse projeto para fundar, com Simões Coelho, o Teatro Moderno, que ficou sediado no Teatro do Príncipe Real, à Rua da Palma, em Lisboa (onde se apresentara antes o Teatro Livre).

  Teatro Moderno
  Cartaz da apresentação de 08-07-1905 no Teatro do Príncipe Real (espetáculos O stygma, Degenerados, e Mau caminho) [REBELLO, Luiz Francisco, Três espelhos. Lisboa: INCM, 2010, p. 338].

Integraram ainda esta companhia António Sacramento e as atrizes Maria das Dores, Palmira Torres e Virgínia Nery. O enquadramento teórico e artístico deste grupo não diferiu muito do que caracterizou o Teatro Livre: as referências estéticas eram comuns, radicando no naturalismo teatral de André Antoine.

O Teatro Moderno teve, contudo, uma existência ainda mais efémera do que o seu antecessor, durando apenas o mês de julho de 1905. Sob a direção artística de Araújo Pereira, destacou-se por ter levado à cena um repertório exclusivamente português, com textos de Ramada Curto (O estigma), Carrasco Guerra e Eloy do Amaral (Mau caminho: Episódio doloroso), Bento Mântua (Novo altar), Mário Gollen (Degenerados), Afonso Gayo (Quinto mandamento), Amadeu de Freitas e Luís Barreto da Cruz (A lei mais forte).

Os seus propósitos de democratização da arte teatral, pelo desejo de chegar às grandes camadas da população – uma população interrogadora, cujo esclarecimento é dever do Teatro – esteve patente na fórmula “transformar pela Arte, redimir pela Educação” (REBELLO 2005: 60). Como tal, foram os problemas do homem comum os procurados nas dramaturgias escolhidas, com vista ao desenvolvimento de um espírito crítico que tornasse o público mais ativo nos destinos pessoais e coletivos da realidade em que se inseria.

 

Bibliografia

AA. VV. (1965). O papel do teatro na sociedade contemporânea. Lisboa: Prelo.

COELHO, Rui Pina (2009). Casa da Comédia (1946-1975): um palco para uma ideia de teatro. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda.

MADUREIRA, Joaquim (1905). Impressões de theatro (cartas a um provinciano e notas sobre o joelho). 1ª série (1903-1904). Lisboa: Ferreira & Oliveira, Lda. Editores.

PINHEIRO, António (1929). Contos largos... (impressões da vida de teatro) – 1900-1925. Lisboa: Tip. Costa Sanches / Sucessores Galhardo & Costa, Ltd.

REBELLO, Luiz Francisco (2000). Breve história do Teatro português. 5ª edição. Lisboa: Publicações Europa-América, pp. 119-122.

___ (2005). “Um duplo centenário: o ‘Teatro Livre’ e o ‘Teatro Moderno’” in Sinais de  cena, n.º3, Junho, pp. 57-60.

SILVA, Ernesto da (1902). Teatro livre & arte social. Lisboa: Tipografia do Comércio.

 

Consultar a ficha de instituição na CETbase:

http://ww3.fl.ul.pt/CETbase/reports/client/Report.htm?ObjType=Instituicao&ObjId=9481

Consultar imagens no OPSIS:

http://opsis.fl.ul.pt/

 

Rui Pina Coelho/Centro de Estudos de Teatro