Origens da Literatura Portuguesa
Cancioneiro da Ajuda: Jogral com viola de arco, rapariga com pandeiro
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"Cantiga da Garvaia", Cancioneiro da Ajuda
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As primeiras manifestações da literatura portuguesa são em verso, datam do séc. XII e estão reunidas em três coletâneas: o Cancioneiro da Ajuda (séc. XIII), o Cancioneiro da Vaticana e o Cancioneiro da Biblioteca Nacional (sendo estes cópias de textos mais tardios).
Os primeiros poetas são João Soares de Paiva e Paio Soares de Taveirós, sendo da autoria deste último a célebre «Cantiga da Garvaia».
Remetendo, nas suas origens, para a tradição oral, esta produção lírica é difundida por trovadores (poetas) e segréis (instrumentistas) e jograis.
Pensa-se que o lirismo medieval sofre a inspiração latina mas se fortalece em poesia popular, estabelecendo as «harjas» moçárabes uma ligação à poesia românica, muito especialmente às cantigas de amigo.
No mundo nom me sei parelha
mentre me for como me vai,
ca ja moiro por vós e ai!
mia senhor branca e vermelha,
queredes que vos retraia
quando vos eu vi em saia.
Mao dia me levantei
que vos entom non vi fea!
Paio Soares de Taveirós, «Cantiga da Garvaia» - (1.ª estrofe)
Fólio de Amadis de Gaula, edição de 1526, impressa em Sevilha por Jacobo Cromberger, alemão e João Cromberger
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Mas é o Amadis de Gaula que marca com relevância a ficção da época. Editado em Saragoça em 1508, o texto é, ao que parece, subsidiário de um texto português do séc. XV. Novela de cavalaria, com entrecho amoroso e guerreiro que obedece ao melhor das convenções do género, salienta-se por um esboçar de realismo em pormenores da ação e da incipiente psicologia e, sobretudo, pela atmosfera de sensualidade que une o par amoroso.
Ainda hoje se mantém hesitante a atribuição da sua autoria, quer para o lado português, quer para o lado espanhol, sendo certo que se trata de uma obra-prima da ficção peninsular.
© Instituto Camões, 2001 | Última atualização: Maio 2011