Aniceto Monteiro (1907-1980)

António Aniceto Monteiro nasceu a 31 de Maio de 1907 em Moçamedes, Angola. Foi aluno do Colégio Militar e da Faculdade de Ciências de Lisboa, onde concluiu a licenciatura em Ciências Matemáticas, em 1930. Pouco depois de concluir a sua formação, obteve uma bolsa da Junta de Educação Nacional para ir para a Universidade de Paris, onde obteve o grau de Docteur és Sciences Mathématiques com uma tese intitulada Sur l’additivité des noyaux de Fredholm, realizada sob a orientação de Maurice Fréchet.

Após o seu regresso de Paris, Aniceto Monteiro iniciou uma actividade intelectual muito intensa, procurando promover, juntamente com os seus colegas de interesse e actividade científica, a apresentação e publicação de trabalhos de matemática. Participou na fundação, com Manuel Valadares (1904-1982), António da Silveira (1904-1985), Peres de Carvalho (1904-1989) e outros, do Núcleo de Matemática, Física e Química, que promoveu vários cursos, conferências e publicações. Fundou em 1937, em colaboração com Manuel Zaluar Nunes e José da Silva Paulo a Portugaliae Mathematica, que foi a primeira revista portuguesa dedicada exclusivamente à investigação Matemática. Em 1940 fundou, em colaboração com Bento Caraça, J. da Silva Paulo, Hugo Ribeiro e Manuel Zaluar Nunes, a revista de divulgação Gazeta de Matemática.

Foi um dos principais impulsionadores da fundação, em 1940, da Sociedade Portuguesa de Matemática, tendo sido o seu 1º Secretário Geral, entre 1941 e 1942. Em 1943 fundou, com Mira Fernandes e Ruy Luís Gomes, a Junta de Investigação Matemática. Entre 1940 e 1943 dirigiu os trabalhos do Centro de Estudos Matemáticos do Instituto para a Alta Cultura. Foi bolseiro da Junta de Educação Nacional.

Em 1945 foi forçado a sair de Portugal, em virtude de, por motivos políticos, lhe ser vedada a entrada na carreira universitária. Foi para o Brasil, onde foi ocupar um lugar na Faculdade Nacional de Filosofia, da Universidade do Brasil, actual Universidade Federal do Rio de Janeiro. Saiu do Brasil em 1964, para se fixar na Argentina, onde se tornou Professor da Universidade del Sur, Bahia Blanca.

Era membro correspondente da Academia Brasileira das Letras e membro honorário da União Matemática da Argentina. Em 1978 foi galardoado com o Prémio Gulbenkian de Ciências e Tecnologia, pelo seu trabalho Algèbres de Heyting Symétriques. Faleceu em 29 de Outubro de 1980 em Bahia Blanca, na Argentina. A 2 de Outubro de 2000 o Presidente da República de Portugal condecorou-o (a título póstumo) com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Santiago e Espada.


Actividade Científica

Em Lisboa, após ter feito o seu doutoramento na Universidade de Paris, Monteiro desenvolveu uma intensa actividade de desenvolvimento da investigação matemática em Portugal, promoveu publicações dedicadas à matemática e organizou vários seminários. Criou a Portugaliae Mathematica, dedicada à investigação matemática, e a Gazeta de Matemática, orientada para estudantes. Criou o Seminário de Análise Geral, o Centro de Estudos Matemáticos do Instituto para a Alta Cultura e fundou a Sociedade Portuguesa de Matemática.

Gazeta de Matemática «Jornal dos concorrentes ao exame de aptidão e dos estudantes de matemática das escolas superiores»



Na sequência da formação, em Lisboa, do Núcleo de Matemática, Física e Química, da fundação da Portugaliae Mathematica, do Seminário de Análise Geral, do Centro de Estudos Matemáticos de Lisboa e da Sociedade Portuguesa de Matemática, e ainda da Gazeta de Matemática, organiza-se o Centro de Estudos Matemáticos do Porto. Para o efeito, Aniceto Monteiro foi convidado por Ruy Luís Gomes a ir ao Porto explicar como tudo tinha sido feito em Lisboa, colaborando na sua organização e na elaboração do primeiro plano de trabalhos deste Centro de Estudos, em Outubro de 1941. Em Novembro de 1941 Aniceto Monteiro prosseguiu a sua colaboração regular com este Centro com uma conferência intitulada “Introdução à Topologia Geral”. Em 1942 realizou no Porto um curso intitulado “Introdução à Noção de Função Contínua”, que teve grande repercussão, tendo as suas lições sido publicadas. Realizou ainda duas conferências orientadas para um público menos especializado, intituladas “Geometrias Finitas” e “Álgebra Finita e Geometria Analítica”. Como resultado deste conjunto de actividades, os alunos da Faculdade de Ciências do Porto viriam a tentar fundar um Clube de Matemática, iniciativa que não se concretizou devido à intervenção negativa do Ministério do Interior.

Em Outubro de 1943 participou, em conjunto com Ruy Luís Gomes e Mira Fernandes, na criação da Junta de Investigação Matemática. Os promotores desta Junta pretendiam promover o desenvolvimento da investigação matemática, e despertar na juventude o interesse pela investigação matemática. Esta Junta viria a conseguir apoio financeiro que permitiu a contratação de Monteiro para permanecer no Porto. Durante esta permanência, participou na organização dos Estudos de Análise Geral, estruturado em três domínios: a Álgebra Moderna, da responsabilidade de António Almeida Costa, Medida e Integração, da responsabilidade de Ruy Luís Gomes, e Topologia Geral, da responsabilidade de Aniceto Monteiro. Estes estudos incluíam colóquios e lições que constituíram uma colecção de publicações denominada “Cadernos de Análise Geral”.

A Junta de Investigação Matemática viria a contratar Aniceto Monteiro para permanecer na cidade do Porto, exercendo a sua actividade de promoção da investigação matemática e no incentivo dos estudantes interessados nos estudos matemáticos. Organizou os Estudos de Análise Geral orientados para três domínios: Álgebra Moderna, dirigido por António Almeida Costa, Medida e Integração, dirigido por Ruy Luís Gomes, e Topologia Geral, da responsabilidade de Aniceto Monteiro. Estes estudos incluíam colóquios e lições, que integravam a colecção “Cadernos de Análise Geral”.

Em 1945 seguiu para a Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro. Desenvolveu actividades de investigação e conferências nas áreas de Topologia Geral, Espaços de Hilbert, Análise Funcional, Séries Ordenadas, e Reticulados e Álgebras Booleanas. Aqui continuou a sua actividade de promoção da investigação matemática e de incentivo e apoio a estudantes que quisessem enveredar por esta área do saber. Enquanto esteve no Brasil deu início à publicação de uma série de monografias, intitulada Notas de Matemática, da qual editou seis volumes. Esta série de publicações viria depois a ser continuada por Leopoldo Nachbin, que tinha sido seu aluno. Em 1949, por pressão da embaixada portuguesa no Brasil, o seu contrato de quatro anos não foi renovado, e deixou o Brasil em direcção à Argentina.

Monteiro foi aí ocupar um lugar de Professor de Matemática na Universidade de San Juan, onde iniciou uma actividade intensa de ensino, investigação e dinamização de projectos de investigação e de interacção entre pares. Dirigiu seminários de investigação em áreas como Álgebras Booleanas e Sistemas Dedutivos, e Algebras de Browder. Também se interessou por alguns problemas práticos, nomeadamente em hidrologia orientada para a irrigação.

Foi o principal dinamizador da criação do Departamento de Investigações Científicas (D. I. C.) desta Universidade, criado em 1951, que incluiu um Instituto de Investigação Matemática, que foi instalado em Mendoza. Este Instituto viria a congregar um grupo de matemáticos que teriam um papel fundamental no desenvolvimento da Matemática na Argentina e noutros países latino-americanos. Monteiro, embora continuando a sua actividade regular na Universidade de S. Juan, dirigia seminários e cursos no D. I. C., trocando ideias e problemas de investigação com os seus membros.

Juntamente com M. Cotlar, e E. Zarantonello, a que se juntou mais tarde Julio Rey Pastor, iniciou, em 1955, a publicação da Revista Matemática Cuyana. O D. I. C. viria a ser dissolvido após o golpe militar de 1956, que depôs o General Perón, e a sua biblioteca foi transferida para San Luiz. Entretanto, em Julho de 1957, Monteiro mudou-se para a Universidade de Bahía Blanca, juntamente com muitos dos antigos membros do D. I. C., onde viria a fundar um novo Instituto de Investigação Matemática. Viria juntar-se-lhe Ruy Luís Gomes, que entretanto tinha sido afastado de Portugal por motivos políticos.

Pouco de pois de se ter instalado na Universidade de Bahía Blanca, Monteiro organizou um encontro da União Matemática Argentina e publicou as suas actas, criando desta forma uma série de publicações intitulada Actas. Iniciou também a publicação de textos de investigação intitulados Notas de Lógica Matemática  e Notas de Algebra y Analisis, dando início a um intercâmbio de publicações com revistas especializadas estrangeiras, e enriquecendo assim as colecções da Biblioteca do Instituto. Monteiro convidou vários matemáticos de renome a desenvolver seminários e cursos neste Instituto.

Lançou uma nova série de publicações, denominada Monografías de Matemática, distribuída para todo o mundo da investigação matemática. Entretanto reformulou a licenciatura em Matemática, e concretizou profundas alterações no ensino da Matemática na Argentina, que viriam a ter um impacto profundo em todo o ensino nas faculdades de ciências desse país.

Nos finais dos anos 60 os primeiros estudantes totalmente formados pela Universidade de Sur fizeram as suas dissertações de doutoramento, enquanto o Instituto de Matemática continuou a sua actividade com a colaboração de investigadores de outros países da América Latina.

Em 1966, após um golpe de estado, diversas faculdades da Universidade de Buenos Aires foram assaltadas pelos militares, que exerceram acções de repressão sobre estudantes e professores, o que levou à resignação de muitos professores universitários e ao encerramento ou paralisação de diversos centros de investigação. A Universidade del Sur não foi directamente afectada por esta situação e tornou-se então o principal centro de investigação matemática da Argentina. Os efeitos do regime militar viriam a ser notórios, no entanto, na redução dos financiamentos das actividades de ensino e investigação. Monteiro prosseguiu com os seus trabalhos de investigação, apresentando comunicações e fez um périplo pela Europa, visitando a Roménia, Paris, Bélgica, e Inglaterra, contactando com investigadores da sua área.

Depois do seu regresso da Europa, Monteiro reformou-se da Universidade de Bahía Blanca, tendo sido o seu primeiro Professor Emérito. Em 1974 a União Matemática Argentina conferiu-lhe uma Honorary Fellowship. Entretanto, continuou a trabalhar no Instituto. Em Março de 1975 foi impedido de entrar na Universidade pelos representantes do governo, provocando reacções de revolta por toda a comunidade científica argentina. O Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas, de Buenos Aires, convidou Monteiro a integrar esta instituição, atribuindo-lhe o mais alto grau existente. Nos anos seguintes foram vários os professores universitários afastados das suas posições e presos, o que levou ao exílio de muitos deles.

Em 1977 Monteiro visitou Portugal, a convite do Instituto de Investigação Científica (INIC), correspondendo desta forma aos desejos de muitos colegas e amigos que desejavam o seu regresso após o restabelecimento do regime democrático, em 25 de Abril de 1974. Permaneceu em Portugal durante dois anos, como investigador do INIC, desenvolvendo trabalhos no Centro de Matemática e Aplicações Fundamentais das Universidades de Lisboa. Neste centro de investigação criou uma linha de investigação em Álgebra da Lógica, e apresentou diversas conferências, propôs temas de investigação, e deu orientações. Deste seu trabalho resultaram trabalhos publicados em diversas revistas da especialidade e duas teses de doutoramento.

A convite da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, proferiu três conferências, em Julho de 1977, sobre “Álgebras de Boole cíclicas”, “Álgebras de Nelson finitas e lineares” e “Aritméticas dos filtros em espaços topológicos”. Publicou na revista Técnica, do Instituto Superior Técnico, um trabalho no número dedicado a Aureliano Mira Fernandes.

Em 1978 foi-lhe atribuído o Prémio Gulbenkian de Ciência e Tecnologia pelo trabalho Sur les Algèbres de Heyting Symétriques, redigido durante a sua única estada em Portugal depois do exílio.


Publicações

A obra científica de António Monteiro compreende mais de 50 trabalhos de investigação, pelo que a sua listagem se encontra em anexo.

Fernando Reis


Bibliografia

MONTEIRO, Luiz F., “Contribuição Matemática do Professor Dr. António A. R. Monteiro”, in Um dia com o…Centro de Estudos Matemáticos do Porto, Actas, Porto, Centro de Matemática da Universidade do Porto, 2001.

Portugaliae Mathematica, 39, 1980. [número em homenagem a António Aniceto Monteiro]

DIONÍSIO, José Joaquim; OLIVEIRA, Augusto J. Franco de; “Matemáticos Portugueses”, in STRUIK, Dirk J., História Concisa das Matemáticas, 3.ª ed., Lisboa, Gradiva, 1997, pp. 383-388.


Apontadores

Uma curta viagem pela História da Matemática em Portugal – Teresa Monteiro

http://pubol.ipbeja.pt/Artigos/hist.mat.port.htm

"Para a História da Sociedade Portuguesa de Matemática" – José Morgado

http://www.mat.uc.pt/~jaimecs/hspm/indexspm.html

António Aniceto Monteiro

http://www.eb23-sta-clara-guarda.rcts.pt/monteiro.htm


Lista de Publicações

"Sur les noyaux additifs dans la théorie des équations intégrales", C. R. Acad. Sci. Paris, 198 (1934), 1737.

"Sur une classe de noyaux développables" C. R. Acad. Sci. Paris, 200 (1935), 2143.

"Sur l'additivité des noyaux de Fredholm", Thèse ès Sciences Math, Univ. de Paris, Portug. Math., 1 (1937-40), l-174. 4. Sur l'additivité dans un anneau, Portug. Math., 1 (1937-40), 289-292. 5.

(Com. H. Ribeiro) "Sur l'axiomatique des espaces (V)", Portug. Math., , (1937-40), 275-288.

"Caractérisation des espaces de Hausdorff au moyen de l'opération de dérivation, Portug. Math., 1 (1937-40), 333-339.

(Com A. Gibert) Os conjuntos mutuamente conexos e os fundamentos da topologia integral”, Las Ciencias, ano 7, nº 2 (1940).

Les ensembles fermés et les fondements de la topologie", Portug. Math., 2 (1941), 56-86.

"La notion de fermeture et les axiomes de séparation", Portug. Math., 2 (1941), 290-298. (Avec H. RIBEIRO) L'opération de fermeture et ses invariants dans les systémes partiellement ordonnés, Portug. Math., 3 (1942), 171-184.

"Caractérisation de l'Opération de fermeture par un axiome", Portug. Math., 4, (1943-45), 158-160.

(Avec. H. Ribeiro) "La notion de fonction continue", Summa Brasiliensis Math., 1 (1945), 1-8.

"L'arithmétique des filtres premiers", C. R. Acad. Sci. Paris, 225 (1947), 846-848.

“Filtros e Ideais, I.” Notas de Matemática, n.° 2, Rio de Janeiro, (1948).

“Filtros e Ideais, II”. Notas de Matemática, nº 5 Rio de Janeiro (1948).

Réticulés distributifs de dimension linéaire n." C. R. Acad. Sci. Paris, 226, (1948), 1658-1660.

(Com M. Peixoto). Note On uniform continuity”, Proc. Inter. Congress of !Math., N.º 1 (1950), 385.

"L'Arithmétique des Filtres et les Espaces Topologiques", I Notas de Lógica Mat., Nº 29 (1974). Trabalho realizado em 1950 para o concurso organizado pela Soc. Math. de France em homenagem a M. Fréchet, cf. Bull. Soc. Math.France, 79 (1951), XXXIX-XL.

(Com M. Peixoto). "Le nombre de Lebesgue et la continuité uniforme", Portug. Math., 10 (1951), 105-113.

Les filtres des espaces compacts, Gaz. Mat., 50 (1951), 95-96.

Propriedades características de los filtros de un Algebra de Boole, Acta Cuyana de Ingenieria, 1 (1951), 1-7.

L'Arithmétique des Filtres et les Espaces Topologiques, Symp. sur les probl. math. étudiés en Amérique Latine, Villavicencio, Unesco, Montevideo (1954), 129-162.

Axiomes indépendents pour les algébres de Brouwer, Rev. Unión Mat Argentina, 17 (1955), 149-160

"Les ensembles ordonnés compacts", Rev. Mat. Cuyana, (1955), 187-194

(Com O. Varsavsky). Algebra's de Heyting monádicas, Actas de las X jornadas de la Union Mat. Arg., Bahía Blanca (1957), 52-59.

“Normalidad en las algebras de Heyting monádicas, Actas de las l Jornadas de la Union Mat. Arg., Bahía Blanca (1957), 50-51.

Algebras Monádicas, Conférences réalisées dans le «2.º Colóquio Brasileiro de Matemática», Poços de Caldas, 1959, Actas do segundo Colóquio Brasileiro de Matemática, São Paulo, Brasil, (1960) 33-52.

Matrices de Morgan caractéristiques pour le calcul propositionnel classique, Anais Acad. Brasileira Ciencias, 31 (1960), 1-7.

Linéarisation de la logique positive de Hilbert-Bernays, Rev. Unión Mat. Argentina, 20 (1962), 308-309.

(Com. D. Brignole). Caracterización de las Algebras de Nelson por igualdades, Rev. Unión Mat. Argentina, 79 (1962), 36.

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Sur la définition des algébres de Lukasiewicz trivalentes, Bull. Math. Soc. Sci. Math. et Phys. R. P. Roumanie, Nouv. Série, 7 (1963), 1-13.

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"Construction des algébres de Lukasiewicz trivalentes clans les algébres de Boole monadiques, I, Math. Japonicae, 12 (1967), 1-23.

(Avec. L. MONTEIRO). Algebras de Stone con n generadores libres, Rev. Unión Mat. Argentina, 23 (1966-68), 201.

“Sobre un cláculo proposicional de Moisil”, Rev. Unión .Mat. Argentina, 23 (166-68), 2111.

“Generadores de Reticulados distributivos finitos”, Actas del Simpósio Panamericano de Matemática Aplicada, Buenos Aires (1968), 465.

(Com. O. Chateaubriand). Les Algébres de Morgan libres, Notas de Lógica Mat., N.° 26 (1969).

La semi-sinnplicité (les Algébres de Boole Topologiques et les systèmes déductifs, Rev. Unión Mat. .Argentina, 23 (1971), 417-448.

L'Arithmétique des Filtres et les Espaces Topologiques, II, Notas de Lógica Mat., N.° 30 (1974).

Séminaire sur les algèbres d'Heyting symmétriques, Notes polycopiées rédigées par A. Figallo (1974-75).

Algèbres de Boole cycliques”, Revue Roumaine Math. Pures Appli., 23 (1978), 71-76.

Conjuntos graduados de Zadeh”, Técnica (Revista de Engenharia, IST), 4.19-4.50 (1978), 11-34.

Les N-lattice linéaires”, Textos e Notas, CMAF, N.º 15 (1978), 11-19.

Les éléments réguliers d'un N-lattice, Anais Acad. Brasileira Ciencias, 54(1980), 653-656.

Sur les algèbres d'Heyting symmétriques, Portug. .Math., 39 (1980).


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