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Por aí evoluiu o cinema novo - do qual foi precursor, com Os Verdes Anos de Paulo Rocha em 1963 - quando estrearam também Pássaros de Asas Cortadas por Artur Ramos, ou O Acto da Primavera de Oliveira. Seguiram-se Belarmino (1964) de Fernando Lopes, Domingo à Tarde (1965) por António de Macedo, Mudar de Vida (1967) por Rocha, ou o documento sobre Vilarinho das Furnas (1970) de António Campos.

No Porto, a Semana do Novo Cinema Português, em Dezembro de 1967, consagrou esta viragem. Entretanto, merecem destaque Retalhos da Vida dum Médico (1962) e A Cruz de Ferro (1968) por Brum do Canto; Catembe (1964) de Faria de Almeida em Moçambique, massacrado pela Censura; O Crime de Aldeia Velha (1964) e O Trigo e o Joio (1965) de Guimarães; ou As Ilhas Encantadas (1965) de Carlos Vilardebó, com Amália em Porto Santo.

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Os Verdes Anos (1963)
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O Acto da
Primavera (1963)
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O Cerco (1970)
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Perdido por Cem... (1973)
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Trás-os-Montes (1977)

A produção cinematográfica registou um incremento, de curtas a longas metragens ou actualidades: de 160 em números totais quanto a 1960, passou-se para 198 em 1963. Aumentou o volume das co-produções, agora com a França - para rodagens em Portugal, sob influência de Clara d’Ovar. O formato de 16 mm adquiriu novas virtualidades em filmes educativos ou etnográficos, assinalando-se um impulso à vertente publicitária. Em 1967, foi nomeada uma comissão revisora da legislação. A Secretaria de Estado da Informação e Turismo/SEIT - que, em 1968, substituiu o Secretariado Nacional da Informação/SNI - continuou a atribuir os Prémios de Cinema. Em 1969, surgia o Centro Português de Cinema/CPC, cooperativa que teve o patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian. Em 1970, a Assembleia Nacional apreciou a proposta de Lei de Protecção ao Cinema Português. No ano seguinte, efectuou-se no Porto um Encontro de Realizadores, Técnicos e Críticos de Cinema, organizado pelo Clube Português de Cinematografia; e foi publicado um novo diploma - a Lei nº 7/71, que criou o Instituto Português de Cinema/IPC, em vigor a partir de 1973. A censura interditou vários filmes portugueses.  Ainda em 1973, surgiu a Escola Piloto de Cinema do Conservatório Nacional, sob orientação de Alberto Seixas Santos...

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O outro cinema prosseguiu com O Milionário (1962) de Queiroga, A Ribeira da Saudade (1963) de Mendes, na Madeira; Pão, Amor e... Totobola! (1963) de Henrique Campos, ou A Voz do Sangue (1966) de Fraga; com a visão histórica d’A Caçada do Malhadeiro (1969) de Quirino Simões, a par dos actores/cantores como Fernando Farinha em A Última Pega (1964), Tony de Matos & António Calvário como Rapazes de Táxis (1965) - ambos de Esteves.

Em 1970, foi a aprovação oficial dos estatutos do Centro Português de Cinema/CPC, com produção subvencionada pela Fundação Calouste Gulbenkian. Macedo rodou um inédito Nojo aos Cães nesse ano, quando estreou O Cerco por António da Cunha Telles, com Maria Cabral, de volta n’O Recado (1971) de José Fonseca e Costa. Entretanto, Alfredo Tropa dirigiu Pedro Só (1970) em Trás-os-Montes.

Em Dezembro de 1971, publicou-se nova legislação protectora, criando o Instituto Português de Cinema/IPC. Oliveira voltou fulgurante com O Passado e o Presente (1971), Lopes com Uma Abelha na Chuva e Guimarães com Lotação Esgotada, ambos de 1972 - ano da filmagem, em Moçambique, de um vibrante Deixem-me ao Menos Subir às Palmeiras... por Lopes Barbosa.

Em 1973, estreou Perdido Por Cem... de António-Pedro Vasconcelos; e, antes do 25 de Abril: A Promessa de Macedo, Meus Amigos de Telles, Malteses, Burgueses e Às Vezes... por Semedo. Nesse 1974, António Campos concluiu Falamos de Rio de Onor, com um recorte antropológico patenteado no ano anterior, por Manuel Costa e Silva, com a média metragem Festa, Trabalho e Pão em Grijó de Parada.

Após a revolução, o público pôde ver filmes de resistência - como O Mal-Amado de Fernando Matos Silva e Índia por António Faria (1972), Sofia e a Educação Sexual de Eduardo Geada e Cartas na Mesa de Rogério Ceitil (1973), ou Brandos Costumes (1972-74) de Alberto Seixas Santos. António Reis concluiu a impressionante média metragem sobre Jaime (1974), Oliveira lançou Benilde ou a Virgem-Mãe (1975), segundo José Régio.

Com o 25 de Abril, o cinema conquistou novas dimensões e, organizado em unidades de produção (do IPC) ou cooperativas (CPC, Cinequanon ou Cinequipa), procurou outras incidências, com propósitos de intervenção directa. Colectivo dos Trabalhadores da Actividade Cinematográfica, As Armas e o Povo (1974-75) é referencial. Em 1975, Guimarães assinou um profético Cântico Final.

Então, Macedo regressou com O Princípio da Sabedoria, Fonseca e Costa exorcizou Os Demónios de Alcácer-Kibir, Luís Couto iniciou-se em Lerpar. Quando João César Monteiro interrogava Que Farei Eu Com Esta Espada?, Rui Simões brandia os dogmas do Estado Novo - Deus, Pátria, Autoridade. Em 1976, os anos ’40 surgiam com As Ruínas no Interior, por José de Sá Caetano; Telles propôs Continuar a Viver.

Reis & Margarida M. Cordeiro transfiguraram Trás-os-Montes que, em 1977, Monteiro prosseguiu por Veredas. Geada ritualizou A Santa Aliança, num contexto político em que Luís Filipe Rocha expôs A Fuga, e Luís Galvão Teles recriou n’A Confederação. Duarte despediu-se com Recompensa, segundo Ramada Curto. Documentários marcantes: A Lei da Terra pelo Grupo Zero, Gente do Norte de Leonel Brito.

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