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Perturbante ritual de iniciação/fraternidade fundiu O Sangue de Pedro Costa, enquanto César Monteiro perverteu com ironia as Recordações da Casa Amarela. O elã histórico percorreu Non ou A Vã Glória de Mandar por Oliveira, até à Guerra Colonial; e fixou O Processo do Rei de Grilo, sobre Afonso VI. Em 1991, as sequelas continentais das campanhas africanas sulcaram Aqui d’El Rei! por Vasconcelos.

Nestoutro ano prolífico, Ana Luísa Guimarães incidiu pelas margens da adolescência, com Nuvem. Galvão Teles ilustrou Retrato de Família, Oliveira recriou A Divina Comédia, Leitão viajou Ao Fim da Noite lisboeta, L.F. Rocha concretizou em Macau Amor e Dedinhos de Pé. Já em 1992, Oliveira surpreendeu o suicídio de Camilo, n’O Dia do Desespero.

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Recordações da Casa
Amarela (1989)
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O Dia do Desespero (1992)
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Três Irmãos (1994)
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Inquietude (1998)

Por meados dos anos ‘80, consolidou-se o acesso à realização de jovens autores, para uma primeira-obra ou prosseguirem carreira. Os nóveis cineastas têm, ou não, formação específica, logrando dirigir uma longa metragem, sem provas prestadas previamente. Não é saliente um movimento, além da plataforma etária ou de oportunidades. Tal fenómeno individual resulta das características de apoio oficial à produção - pelo IPACA/Instituto Português da Arte Cinematográfica e Audiovisual, criado em 1994 e em transição para ICAM/Instituto do Cinema, Audiovisual e Multimédia, em 1998 - cuja execução cabe a empresas privadas. Estas têm explorado um relacionamento dinâmico com as congéneres europeias, que se traduz na participação de técnicos/artistas de vários países, com vantagens de financiamento ou industriais, visando metas de qualidade, segundo padrões comunitários. Propiciam-se outros meios de difusão - televisão, mercados do filme, circuitos complementares, vínculos preferenciais ou uma correlativa difusão em vídeo. Entre o enraizamento e a modernidade pairam, afinal, os mais amplos desafios audiovisuais. Em tal panorâmica, sobressai a intervenção de Paulo Branco através da Madragoa Filmes, e de Tino Navarro através da MGN Filmes.

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António Campos voltou em Terra Fria, segundo Ferreira de Castro. Pedro M. Ruivo obscureceu A Força do Atrito, que cintilou n’O Ar com O Dia dos Meus Anos de Botelho; primeiro da série Os Quatro Elementos, assim reconvertidos: O Fogo por Pinto, Das Tripas Coração; A Água por Monteiro com O Último Mergulho, A Terra de Grilo sobre O Fim do Mundo, já em 1993.

Botelho voltou Aqui na Terra, cujo recorte expiatório Jorge Marecos Duarte expandiu, por Encontros Imperfeitos. Matos Silva contemplou Ao Sul, Oliveira aprofundou Vale Abraão sobre Agustina Bessa-Luís. Jorge António encontrou O Miradouro da Lua em Angola, Solveig Nordlund testemunhou Até Amanhã, Mário na Madeira, sobre a sobrevivência infantil; em 1994, Pedro Costa descobriu Casa de Lava em Cabo Verde.

Entretanto, Geada revisitara uma mítica Passagem Por Lisboa, crepuscular para Lopes n’O Fio do Horizonte; fatídica com Três Irmãos de Villaverde, já patética sobre A Caixa de Oliveira. Tendo anexado Zéfiro de Álvaro Morais, Lisboa 94 animou o ecrã em múltiplas perspectivas: Uma Cidade Qualquer para Leitão, nela viu Botelho 3 Palmeiras; Edgar Pêra imaginou Manual de Evasão, Guedes preferiu uma nocturna Pax.

Wim Wenders trouxe um olhar estrangeiro em Viagem a Lisboa/Lisbon Story - apresentado em Cannes, 1995, onde Oliveira desvendou O Convento. Leitão logrou sucesso original com Adão e Eva, Joaquim Sapinho em Corte de Cabelo; Monteiro prosseguiu Recordações com A Comédia de Deus. Luís Rocha fez Sinais de Fogo sobre Jorge de Sena e, em 1996, transfigurou memórias de infância em Adeus, Pai.

Nesse ano, Fonseca e Costa filmou Cinco Dias, Cinco Noites segundo Manuel Tiago/Álvaro Cunhal, e Grilo volveu Os Olhos da Ásia em quatrocentos anos de história. Ma’s Sin de Saguenail e Mortinho Por Chegar a Casa de Carlos da Silva & George Sluizer exorcizaram fantasmas de cinefilia e humor, enquanto Oliveira ironizou a comédia romântica com Party nos Açores.

Em 1997, Monteiro voltou à saga de João de Deus em Le Bassin de J.W., José Carlos de Oliveira reviu a história com Inês de Portugal; Galvão Telles fez Elas em co-produção europeia, Fernando Vendrell tratou de Fintar o Destino em Cabo Verde - tal como Francisco Manso com O Testamento do Senhor Napumoceno. Vicente Jorge Silva lançou-se em Porto Santo, Leitão caiu em Tentação, Pedro Costa desnudou Ossos, estando Oliveira numa Viagem ao Princípio do Mundo.

Em 1998, com Oliveira em Inquietude, Margarida Gil trouxe O Anjo da Guarda; Grilo filmou Longe da Vista, por onde ressaltam Os Mutantes de Teresa Villaverde, em Zona J de Leonel Vieira. Fernando Fragata explorou um Pesadelo Cor-de-Rosa e Bruno de Almeida esteve Em Fuga por Nova Iorque. Paulo Rocha dramatizou O Rio do Ouro, e João Canijo palmilhou Sapatos Pretos, tendo Botelho caricaturado Tráfico.

Já em 1999, Manuela Viegas levou Glória ao Festival de Berlim, Oliveira foi especial em Cannes com A Carta. António-Pedro Vasconcelos percorreu o Porto marginal com o jovem Jaime, e Manuel Mozos perdeu-se de amores ...Quando Troveja. Um ciclo se encerrou com Mal de Seixas Santos, sobre Lisboa em desagregação; e Inferno de Joaquim Leitão - primeiro olhar de uma trilogia sobre a Guerra Colonial, com ideia original do produtor Tino Navarro, a que se seguirão Purgatório e Paraíso.

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