João Louro

João Louro Lisboa ¶ 1963

  João Louro
  Créditos fotográficos / Photographic credits:
Abílio Leitão
Formado em pintura no Ar.Co, João Louro começou a expor no inicio dos anos 90, tendo formado, com João Tabarra, no princípio dessa década, a Entertainment Co. A postura subversiva desta dupla de artistas associa-se ao interesse pela crítica das condições de produção e de circulação das obras de arte e aos problemas levantados em torno dos conceitos de autor e assinatura. Da sua actividade destacam-se o projecto Read my Lips – All Guilty, criado para a Manifesta de 1996, onde o "estado da arte" serviu de mote para uma série de entrevistas a artistas e directores de museus, salientando a importância dos circuitos internacionais na afirmação e reconhecimento da obra de um artista; e a exposição Air Bag, The Return of the Real (1998) apresentada no Museu do Chiado, em Lisboa. Nesta última os artistas manipularam os dispositivos de significação e distribuição mediática erigindo uma exposição espectacular como crítica à lógica do espectáculo. As suas mais recentes Blind Paintings marcaram presença na Bienal de Veneza 2005. ¶ No seu percurso individual, e consequente com a sua geração, João Louro tem elegido a citação como dispositivo estruturante. Assim, as suas obras funcionam como plataformas de leitura cujo sentido se encontra sempre além das mesmas, no horizonte cultural da modernidade e da sociedade pós-industrial. A citação em João Louro assume-se através de dois aspectos, o aspecto nominal, em que a obra evoca um nome ou uma designação cuja ressonância se deseja comunicante, e o aspecto formal, no qual a obra apropria a aparência de uma obra anterior para a qual remete. Na exposição retrospectiva Blind Runner (2004) apresentada no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, estes dois aspectos articulam-se traçando uma topografia de referências que são tanto pessoais como geracionais, levantando simultaneamente questões como o uso da linguagem e da palavra escrita, ou uma revisão da história da imagem na cultura contemporânea. O minimalismo, a cultura pop, o estruturalismo e pós-estruturalismo, autores como Guy Debord, Georges Bataille ou Walter Benjamin, artistas como Donald Judd ou o sempre presente Duchamp, formam o léxico através do qual João Louro exprime a sua visão da arte e da cultura enquanto sistemas auto-referenciais.


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