A PRONÚNCIA DO PORTUGUÊS EUROPEU

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Convenções e Transcrição Fonética
Fonética e Fonologia: Que diferença?
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O Acento de Palavra no Português
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Convenções e Transcrição Fonética
O Alfabeto Fonético Internacional
Limites e Particularidades da Transcrição Fonética

Convenções e Transcrição Fonética

Limites e Particularidades da Transcrição Fonética

 

Nenhuma transcrição fonética é suficientemente fina ou objectiva para constituir uma completa correspondência entre o que o ouvinte transcreve a partir da percepção mental do que ouve, e as variações de som que podem ser captadas experimentalmente. De resto, esse refinamento não interessa quando se está a fazer uma transcrição fonética, porque ela tem como objectivo representar os sons da fala de forma sistemática, utilizando os símbolos do alfabeto fonético e correspondendo às regras de pronúncia da língua.

Mesmo assim, a transcrição fonética pode ser mais ou menos especificada, conforme se trate de uma transcrição fonética estreita ou larga que se define como segue:

• A transcrição fonética larga limita-se à identificação geral dos sons produzidos e utiliza um conjunto menor de símbolos fonéticos por não incluir, por exemplo, variações fonéticas devidas ao contexto.

• A transcrição fonética estreita assinala variações dos sons decorrentes do contexto, procura corresponder a realizações da fala e, em consequência, utiliza um maior número de símbolos e de diacríticos. Uma transcrição estreita pode, por exemplo,

• não separar as palavras que constituem uma frase (ver ao longe ;

• não representar certas vogais reduzidas que são suprimidas na oralidade (pode ver ['pɔd'veɾ]).

• representar a realização específica das vogais ou consoantes finais e iniciais de palavras que se encontram em sequência, devido à ocorrência de um processo fonético denominado ‘sândi externo’ (os amigos [uzɐ'miguʃ], toda a casa ['toda'kazɐ]);

A transcrição fonética que utilizamos aqui é uma transcrição larga completada com símbolos que representam certas regras de variação aplicadas no Português Europeu, geralmente em consequência do contexto dos sons (por exemplo junto de vogais ou consoantes, no fim de uma sílaba ou de uma palavra).

Para um primeiro contacto com a transcrição fonética do Português Europeu apresenta-se abaixo um poema de Fernando Pessoa com a correspondente transcrição fonética. Com o fim de facilitar a leitura, as palavras estão separadas por um espaço embora se sigam umas às outras sem interrupção no contínuo sonoro, o que leva a realizações particulares de sons iniciais e finais de palavras em sequência. O início e o fim da transcrição (ou de frases autónomas) estão limitados por parênteses rectos. Quando é necessário marcar as fronteiras de palavra, utiliza-se o cardinal [#]. Alguns diacríticos são utilizados nesta transcrição, como o til, [~] sobre a vogal para indicar a nasalidade ou o diacrítico ['] que precede a sílaba em que está a vogal acentuada (['sew]).~

 

Leituras Complementares

Alfabeto Fonético Internacional (IPA): http://www.arts.gla.ac.uk/ipa/ipachart.html

Delgado-Martins, Maria Raquel. et alii (1978) Linguagem Oral e Ortografia. Lisboa: Instituto Nacional de Investigação Científica.

Mateus, Maria Helena., Andrade, Amália, Viana, Maria do Céu., Villalva, Alina (1990) Fonética, Fonologia e Morfologia do Português. Lisboa: Universidade Aberta: 35-39.

Mateus, Maria Helena Mira, Falé, Isabel e Freitas, Maria João (2005) Fonética e Fonologia do Português. Lisboa: Universidade Aberta: 45-55.

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