|
|
|
|
|
|
|
A Sílaba no Português Europeu |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
A Sílaba no Português Europeu |
A Coda da Rima |
|
Em Português, como na maioria das línguas, só um número reduzido de consoantes pode ser coda de sílaba. No Português Europeu, as consoantes em coda são três, as líquidas /l/ e e a fricativa com diferentes realizações fonéticas. |
|
|
|
As consoantes /l/ e em coda, no interior da palavra ou antes de pausa, têm uma única realização, e , como nos exemplos seguintes: |
|
|
|
A consoante em coda tem duas realizações no meio da palavra, por assimilação da sonoridade da consoante que se segue: se a consoante seguinte for vozeada ([b, d, g, v, m, n, l]), e se for não-vozeada ([p, t, k, f,]). |
|
|
|
em coda seguido de /s/, /z/, ou (como sucede com o prefixo em descentrar, deszelar, desgelar ou descida) pode pronunciar-se, num registo pausado, como ou conforme a sonoridade da consoante que se segue (por exemplo, descida ou . Na fala coloquial, porém, é habitual as duas consoantes fundirem-se numa só (como em descida , desgelar . O em coda de sílaba também nunca precede mas sempre e realiza-se como (desrolhar , desregrado .
Se a sílaba terminar a palavra, as consoantes em coda podem ter outras realizações conforme o segmento inicial da palavra seguinte, excepto que sempre se pronuncia quer seja seguida de consoante ou vogal (atar mal ; atar forte ; atar assim ). Mas se a sílaba final de palavra terminar em /l/, há duas realizações: se a palavra seguinte começar por consoante e [l] se a palavra começar por vogal (ficando a lateral em ataque da sílaba seguinte). Assim: |
|
|
|
Se a sílaba final da palavra terminar em , há três realizações possíveis: ou conforme a sonoridade da consoante inicial da palavra seguinte e [z] se essa palavra começar por vogal. Vejam-se os exemplos: |
|
|
|
Quando a palavra seguinte começa por ou (como em jantar ou chegar) a consoante em coda (final) e a consoante em ataque (inicial) podem fundir-se numa só, como em: |
|
|
|
Leituras Complementares
Andrade, Ernesto d’ e Viana, Maria do Céu (1994) Sinérese, diérese e estrutura silábica. Actas do IX Encontro Nacional da APL. Lisboa: APL, 31-42.
Freitas, Maria João e Santos, Ana Lúcia (2001) Contar (Histórias de) Sílabas. Descrição e Implicações para o Ensino do Português como Língua Materna. Lisboa: Ed. Colibri/APP.
Freitas, Maria João e Rodrigues, Maria Celeste (2004) On the nature of sC clusters in European Portuguese. Journal of Portuguese Linguistics. Volume 2, nº 2: 55-85.
Mateus, Maria Helena Mira Brito, Ana Maria, Duarte, Inês, Faria, Isabel, Frota, Sónia, Oliveira, Fátima, Matos, Gabriela, Vigário, Marina e Villalva, Alina (2003) Gramática da Língua Portuguesa. 5ª edição revista e aumentada. Lisboa: Editorial Caminho. Capítulo 26.
Mateus, Maria Helena Mira, Falé, Isabel e Freitas, Maria João (2005) Fonética e Fonologia do Português. Lisboa: Universidade Aberta. Capítulo 6.2.
Vigário, Marina e Falé, Isabel (1994) A sílaba no Português Fundamental: uma descrição e algumas considerações de ordem teórica. Actas do IX Encontro Nacional da APL. Lisboa: APL: 465-477. |
|