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Teatro

  

Camões
 


Camões. Retrato de Fernão Gomes.
 IAN/Torre do Tombo


Lisboa nos inícios do séc. XVI. 
Duarte Galvão, Crónica d'el Rei Dom Afonso Henriques, c. 1520

Considerado o poeta da nacionalidade, através da epopeia moderna Os Lusíadas, Luís Vaz de Camões teve uma existência atribulada, atendendo ao pouco que dela se conhece. Estudou em Coimbra, esteve em Ceuta e lutou na Índia, tendo entretanto perdido um olho, e, após o seu regresso a Lisboa, frequenta o Paço, mas vive com dificuldades, de uma pensão régia exígua, não vendo reconhecido o seu mérito.


O Gigante Adamastor. Imagem inserta em Os Lusíadas, Lisboa, Marujo Editora, 1985

Nascido em 1525, morre em 1580, após o que a sua reputação como grande poeta se firma e não cessa de aumentar, sobretudo depois da perda da independência, cujo sentimento a sua epopeia intensifica.

Cultivou também o teatro, mas afirma-se sobretudo na poesia lírica (Rimas), com grande variedade de géneros: sonetos, canções, éclogas, redondilhas, etc..

É o grande poeta do maneirismo português, pela filiação na tradição clássica à maneira renascentista, mas sensível ao conhecimento pela experiência que a época e as viagens lhe permitem.

A sua obra é enriquecida por uma vivência sensível do sentimento e do saber, modulada na imitação dos antigos mas permeável às marcas contemporâneas de uma existência em mutação. Por isso ela se caracteriza por uma enorme complexidade, na qual sobressai a vivência aguda de tensões que comunicam ao seu lirismo uma agudeza simultaneamente experiencial e literária.

Busque Amor novas artes, novo engenho
para matar-me, e novas esquivanças;
que não pode tirar-me as esperanças,
que mal me tirará o que não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho
Vede que perigosas seguranças!
 Que não temo contrastes, nem mudanças,
 andando em bravo mar, perdido o lenho.

 Mas, conquanto não pode haver desgosto
 onde esperança falta, lá me esconde
 Amor um mal que mata e não se vê.

 Que dias há que na alma me tem posto
 um não sei quê, que nasce não sei onde,
 vem não sei como e dói não sei porquê.



© Instituto Camões, 2001