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Cantigas de Amigo
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Constituem a variedade mais importante e original
da nossa produção lírica da Idade Média, estas composições que se
enquadram na poesia trovadoresca, mas que incluem a particularidade de
conferirem estatuto de enunciação à mulher, embora sejam sujeitos masculinos
a compô-las.
Um tipo peculiar de cantigas de amigo é o das paralelísticas, que aliam uma simplicidade de motivos e recursos semânticos ao elaborado arranjo da sua expressão, através de um esquema de repetitividade que enriquece o sentido pelo tom de litania e sugestão encantatória, muitas vezes magoada, perplexa ou interrogativa, que cria. Típicas da poesia galaico-portuguesa, encontram-se também nas cantigas de amor e noutras variedades poéticas medievais, persistindo até muito tarde na literatura medieval. O rei D. Dinis é um dos seus mais famosos cultores:
Ai flores, ai flores do
verde pinho Ai flores, ai flores do
verde ramo, Se sabedes novas do meu
amigo, Se sabedes novas do meu
amado, (...) |
João Zorro, poeta do mar como Martim Codax, é autor de uma barcarola célebre, em composição também paralelística:
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© Instituto Camões, 2001