Precisa ter instalado o JavaAplet
Precisa ter instalado o JavaAplet
Precisa ter instalado o JavaAplet
Precisa ter instalado o JavaAplet

História da Literatura Portuguesa Origens da Literatura Portuguesa Língua Portuguesa Literatura oral Ficção Lirismo
Literatura de viagens Cantigas de amigo Historiografia Prosa doutrinal

Teatro


História da Literatura Portuguesa


Fólio do Cancioneiro da Ajuda



Primeira página do jornal "JL, Jornal de Letras, Artes e Ideias", Ano I, n.º 1, de 3 a 16 de Março de 1981

A história da literatura portuguesa pode ser entendida em dois planos:

1. o da progressão temporal do cultivo da língua portuguesa com fins estéticos e culturais (que a teoria da história literária designa por evolução literária, v.g. Tynianov e os Formalistas Russos);

2. o da consideração do modo de encarar essa progressão, através das perspectivas críticas e metodológicas que a condicionam.

Em 1., há que sublinhar:

a) que a evolução de uma comunidade se processa em correlação com a das comunidades vizinhas, ou com a daquelas com as quais se entretecem relações mais chegadas (no caso português, algumas literaturas europeias, como a espanhola, a francesa, a italiana e outras, conforme as épocas e os tipos de relacionamento; mais tarde, a literatura brasileira e a literatura norte-americana, por razões de intercomunicação ou de relação indirecta);

b) que essa evolução se processa num quadro artístico, cultural, sócio-político e económico mais geral, do qual a literatura não resulta apenas passivamente mas com o qual interfere por vezes de forma activa;

c) que tal evolução se toma perceptível em fases (ou séries, como lhes chamavam os Formalistas Russos), que os manuais de história literária reduzem em termos de periodização, a escolas, a gerações e a movimentos (e que por vezes o são, quando há programas doutrinários assumidos pelos autores, assim como uma certa consciência de grupo com afinidades), mas que de facto raramente são uniformes, embora manifestem com mais clareza, para a percepção da leitura e da crítica, os traços que os identificam.

Grupo dos 10: grupo de intelectuais de que faziam parte Eça de Queirós, Carlos Mayer, Guerra Junqueiro, António Cândido, Ramalho Ortigão, Oliveira Martins, Carlos Lobo d'Ávila, conde de Arnoso, marquês de Soveral e conde de Ficalho

Será difícil compreender a literatura portuguesa sem a articular, na Idade Média (séc. XII a XV), com o lirismo provençal, e sem entender que ele se liga a uma expressão cultural galaico-portuguesa; durante o período clássico (séc. XVI a XVIII), com o Renascimento italiano, o Barroco espanhol e o Iluminismo francês, que fazem ressaltar a especificidade do Maneirismo camoniano e a peculiaridade da nossa literatura de viagens; no séc. XIX, com o Romantismo, o Realismo, o Simbolismo e outras sensibilidades estéticas europeias; no séc. XX, com o Modernismo e restantes manifestações de vanguarda e de pós-modernismo.

Em 2., deveremos considerar as personalidades que tentaram dar conta deste evoluir histórico, escrevendo-o, e assim se inscrevendo na história também, e que dividiremos em três grupos:

a) os carreadores de materiais, que reúnem informação e dados conjunturais, ex. Barbosa Machado (séc. XVII), João Gaspar Simões (séc. XX);

b) os historiadores da cultura, que encaram a literatura de uma perspectiva predominantemente historicista (integrando a produção literária na periodização genérica ditada pelas ciências históricas), ex. Teófilo Braga (séc. XIX), António José Saraiva (séc. XX);

c) os historiadores da literatura, que encaram a literatura de uma perspectiva predominantemente crítica (orientando-se por critérios estético-ideológicos), ex. Fidelino de Figueiredo, Adolfo Casais Monteiro, Jacinto do Prado Coelho e Óscar Lopes (todos do séc. XX ).


© Instituto Camões, 2001