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Eça de Queirós
(1845-1900)
É considerado o grande romancista da literatura portuguesa, quer pela sua amplidão temática (dominada pela crítica da sociedade contemporânea e pelos desmandos do amor sensual, ex. O Crime do Padre Amaro, 1875, e O Primo Basílio, 1878), quer pela capacidade narrativa (manifestada na orgânica realista e decadente de Os Maias, 1888), quer pelo rigor e criatividade do seu estilo impressionista (que culmina na prosa animista de A Cidade e as Serras, 1901).
Lisboa. Café "A Brasileira" |
Por toda a parte a água sussurrante, a água fecundante... Espertos regatinhos fugiam, rindo com os seixos; grossos ribeiros açodados saltavam com fragor de pedra em pedra; fios direitos e luzidios como cordas de prata vibravam e faiscavam das alturas dos barrancos; e muita fonte, posta à beira de veredas, jorrava por uma bica, beneficamente, à espera dos homens e dos gados...
A Cidade e as Serras
© Instituto Camões, 2001