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Fernão Lopes
(1380-1460)
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Cronista de D. João I, guarda-mor das escrituras
da Torre do Tombo, é a figura mais importante da literatura portuguesa
medieval.
A sua importância reside no cuidado em fundamentar aescrita historiográfica em
provas documentais, assim como no talento de que dá provas como escritor,
descrevendo com minúcia e vivacidade as movimentações de massas (sobretudo
durante as sublevações de apoio ao Mestre de Aviz, em Lisboa) e algumas cenas
dos eventos que regista, incluindo diálogos, o que consegue não só com remissões
a testemunhos fidedignos mas também com uma capacidade de manejar a linguagem
que coloca a imaginação ao serviço da verdade, de que acaba por se não
excluir.
A sua principal obra é a Crónica de D. João I.
Assinatura autógrafa de Fernão Lopes. IAN/Torre do Tombo |
Porque escrevendo o homem do que não é certo, ou contará mais curto do que foi, ou falará mais largo do que deve; mas mentira em este volume, é muito afastada da nossa vontade. Ó! Com quanto cuidado e diligência vimos grandes volumes de livros, de desvairadas linguagens e terras; e isso mesmo públicas escrituras de muitos cartórios e outros lugares, nas quais depois de longas vigílias e grandes trabalhos, mais certidom haver não podemos da conteúda em esta obra.
Crónica de D. João I, Prólogo
© Instituto Camões, 2001