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Teatro


António Nobre
(1867-1900)


 











Inserido entre as correntes ultra-romântica, simbolista, decadentista e saudosista (interessada na ressurgência dos valores pátrios), é o poeta do , 1892, um livro de lamentação e nostalgia que exibe um subjectivismo macerado pelos conflitos que marcam a geração finissecular, mas temperado por uma auto-ironia que modela também certos contributos formais de rotura dos géneros poéticos, nomeadamente na utilização do discurso coloquial e na diversificação estrófica e rítmica dos poemas.


Vista do rio Mondego e da cidade de Coimbra

Manuel, tens razão. Venho tarde. Desculpa.
Mas não foi Anto, não fui eu quem teve a culpa,
Foi Coimbra. Foi esta paisagem triste, triste,
A cuja influência a minha alma não resiste. (...)
Vá! Dize aos choupos do Mondego que se calem
E pede ao vento que não uive e gema tanto: (...)
Histeriza-me o vento, absorve-me a alma toda,
O Vento afoga o meu espírito num mar
Verde, azul, branco, negro, cujos vagalhões
São todos feitos de luar, recordações.

                                                 «Carta a Manuel»

 



© Instituto Camões, 2001