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Voltamos a Coimbra, como prometido, para, desta vez, visitar um edifício que só pode ser visto com autorização. O Seminário Maior de Coimbra ainda cumpre, na actualidade, as funções para que fora destinado no momento da sua construção (Séc. XVIII). Terá, pois, o leitor interessado, que tocar à campainha da porta e dizer ao que vai para poder admirar a imagem do Patrono dos Tradutores.
Caso não conheça Coimbra, procure o Aqueduto de São Sebastião. Se estiver na Praça da República, dirija-se para o Aqueduto pela rua Alexandre Herculano. Depois de passar o Aqueduto, tem à sua direita o Jardim Botânico. Siga em frente, ladeando sempre o Jardim, até encontrar a primeira rua à sua direita. A meio da rua, se parar, voltando-se para esquerda, terá à sua direita o Hospital Militar (Colégio de S. José dos Marianos) e à esquerda o Jardim Escola João de Deus. Seguindo por essa rua, encontrará o Jardim e o edifício do Seminário, que identificará facilmente, depois de fixar a imagem que aqui se publica.
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O início da construção do Seminário data de 1748, tendo sido ordenado pelo Bispo D. Miguel da Anunciação. Este Bispo de Coimbra está sepultado no chão da Igreja do Mosteiro de Santa Cruz, em frente ao altar de Nossa Senhora da Conceição. A ordem de construção ficou, de alguma forma, registada para a posteridade na lápide da sepultura do Bispo, uma vez que nela se pode ler que D. Miguel, “Cónego Regular, (...) depois de ter alimentado o rebanho do Senhor, EDIFICADO E AMPLIADO COLÉGIOS PARA O ENSINO DE JOVENS E DONZELAS, (...) voltou para o céu (...) no ano de 1779”.
Já dentro do edifício, solicite autorização para visitar a Igreja, que fica a dois passos da porta principal do Seminário. O local tem sido referenciado sobretudo pelos frescos de Pasquale Parente (pintados em 1760). Não deixe de os admirar.
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A imagem de S. Jerónimo encontra-se num dos nichos do templo, aquele que se situa à direita de quem entra, e mais próximo da porta de entrada. Nos restantes nichos do corpo do templo figuram os outros doutores da Igreja: Santo Ambrósio, Santo Agostinho e S. Gregório
Na ausência de dados históricos que nos permitam identificar o seu autor, resta-nos apreciar a beleza da imagem, que, apesar do seu despojamento, integra alguns elementos identificadores do Santo já nossos conhecidos: o livro e o leão. A atitude catequética com que S. Jerónimo é retratado será porventura o elemento visual mais importante que o visitante guardará na memória.
C. C. P.
BIBLIOGRAFIA
Pedro Dias, Coimbra, Guia para uma Visita, Coimbra, Gráfica de Coimbra, 2002;
Padre José Bento Vieira, Santa Cruz de Coimbra, Arte e História, Coimbra, Igreja de Santa Cruz, 2001.