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Simbolismo
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Embora Eugénio de Castro seja o introdutor do Simbolismo, com Oaristos (1890), o poeta mais importante desta corrente, ligada ao clima de inquietação e incompletude da atmosfera finissecular, que produz correntes de pensamento de componente idealista (e em Portugal se agrava com os ecos do «Ultimato Inglês»), é Camilo Pessanha.
Também Fialho de Almeida, na prosa, representa esta tendência (embora o seu estilo impressionista se filie igualmente na escola naturalista), assim como Venceslau de Morais (assumindo a temática da evasão, que concretiza nas suas viagens ao Oriente e radicando-se no Japão) e, mais ligados ao séc. XX, António Patrício, Carlos Malheiro Dias, Teixeira Gomes e Raul Brandão.
Na poesia, António Nobre e Florbela Espanca articulam-se ainda com a mentalidade elegíaca e de aspirações indecisas característica do simbolismo, que na prosa produz sensíveis inovações na narrativa, insistindo na materialidade da escrita e abalando os mecanismos tradicionais da representação através do discurso.
Perdi os meus fantásticos castelos Como névoa distante que se esfuma... Quis vencer, quis lutar, quis defendê-los: Quebrei as minhas lanças uma a uma!Perdi minhas galeras entre os gelos Que se afundaram sobre um mar de bruma... - Tantos escolhos! Quem podia vê-los? - Deitei-me ao mar não salvei nenhuma!Perdi a minha taça, o meu anel, A minha cota de aço, o meu corcel, Perdi meu elmo de oiro e pedrarias...Sobem-me aos lábios súplicas estranhas... Sobre o meu coração pesam montanhas... Olho assombrada as minhas mãos vazias...
Florbela Espanca
© Instituto Camões, 2001