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Convidamos o leitor, desta vez, a seguir-nos até Évora, cidade ‘Património da Humanidade’, na visita ao Mosteiro do Espinheiro, actualmente transformado em pousada. A transformação recente por que passou o velho edifício, não será, certamente, impedimento da visita: basta dirigir-se à recepção e dizer ao que vai. Será acompanhado até ao túmulo de Garcia de Resende e à igreja, também ela renovada, do mosteiro. Evidentemente, interessa-nos sobretudo a igreja para poder admirar os quadros de azulejos do século XVIII, representando os passos principais da vida do Patrono dos Tradutores. Situa-se o mosteiro nos arredores de Évora, e, por essa razão, ele terá passado despercebido na última visita do leitor à cidade. Uma vez em Évora, deve o visitante seguir as indicações que conduzem ao cemitério novo. O mosteiro encontrar-se-á um pouco mais adiante. Conhecíamos o mosteiro antes da transformação em pousada, passámos a conhecê-lo há pouco, já a exercer as funções do seu novo destino. Pelas imagens, poderá o leitor ficar com uma ideia do que era o edifício e do que é na actualidade. Mas vamos ao que interessa. Que sirvam, como sempre, estas palavras de incentivo à visita. Em primeiro lugar, importa situar o mosteiro na História: quando foi fundado, a Ordem a que pertenceu, as figuras ilustres que nele habitaram. Depois, mostramos as imagens do Patrono que conseguimos recolher com alguma qualidade, todas elas provenientes da iconografia conservada na igreja do mosteiro. Em 1458, deram entrada no Mosteiro de Nossa Senhora do Espinheiro de Évora os primeiros monges da Ordem de S. Jerónimo que, à data, possuía já os mosteiros de S. Marcos de Coimbra, Penha Longa e S. Jerónimo do Mato. Vários foram os reis da segunda dinastia que protegeram o mosteiro e nele pernoitaram, de D. Afonso V a D. Manuel. Durante a primeira metade do século XVI, o mosteiro albergou uma importante oficina de pintura, sendo Fr. Carlos o seu máximo expoente. A pesquisa sobre a iconografia do patrono dos tradutores incluía, obrigatoriamente, o estudo e a visita dos mosteiros e conventos da Ordem de S. Jerónimo. Evidentemente, sabíamos, à partida, que estes mosteiros não tinham sido poupados ao abandono e à depredação patrimonial de que foram alvo todos os mosteiros portugueses com a revolução liberal. Felizmente, alguma arte proveniente dos mosteiros pode ser apreciada nos museus espalhados pelo país. O que de facto se encontra nos mosteiros ainda de pé da Ordem de S. Jerónimo é pouquíssimo, face ao muito que deverão ter albergado. Conservou-se, pois, a igreja do Mosteiro do Espinheiro, sendo o resto do mosteiro propriedade privada. E conservaram-se os painéis de azulejos, que contam os passos mais importantes da vida de S. Jerónimo. Que sirvam as imagens aqui publicadas de incentivo à visita! C. C. P.
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