| Número 8 | Abril 2006 |
Editorial
Artigo
Bocage, tradutor
Patrono
S. Jerónimo no Mosteiro do Espinheiro
Dicionário
Francisco, Gaspar, João Fernandes, línguas de Sofala
Francisco de Albuquerque
Citação
Vasco Graça Moura
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Convidamos o leitor, desta vez, a seguir-nos até Évora, cidade ‘Património da Humanidade’, na visita ao Mosteiro do Espinheiro, actualmente transformado em pousada. A transformação recente por que passou o velho edifício, não será, certamente, impedimento da visita: basta dirigir-se à recepção e dizer ao que vai. Será acompanhado até ao túmulo de Garcia de Resende e à igreja, também ela renovada, do mosteiro. Evidentemente, interessa-nos sobretudo a igreja para poder admirar os quadros de azulejos do século XVIII, representando os passos principais da vida do Patrono dos Tradutores.

Situa-se o mosteiro nos arredores de Évora, e, por essa razão, ele terá passado despercebido na última visita do leitor à cidade. Uma vez em Évora, deve o visitante seguir as indicações que conduzem ao cemitério novo. O mosteiro encontrar-se-á um pouco mais adiante. Conhecíamos o mosteiro antes da transformação em pousada, passámos a conhecê-lo há pouco, já a exercer as funções do seu novo destino. Pelas imagens, poderá o leitor ficar com uma ideia do que era o edifício e do que é na actualidade.

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Mas vamos ao que interessa. Que sirvam, como sempre, estas palavras de incentivo à visita. Em primeiro lugar, importa situar o mosteiro na História: quando foi fundado, a Ordem a que pertenceu, as figuras ilustres que nele habitaram. Depois, mostramos as imagens do Patrono que conseguimos recolher com alguma qualidade, todas elas provenientes da iconografia conservada na igreja do mosteiro.

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Em 1458, deram entrada no Mosteiro de Nossa Senhora do Espinheiro de Évora os primeiros monges da Ordem de S. Jerónimo que, à data, possuía já os mosteiros de S. Marcos de Coimbra, Penha Longa e S. Jerónimo do Mato. Vários foram os reis da segunda dinastia que protegeram o mosteiro e nele pernoitaram, de D. Afonso V a D. Manuel. Durante a primeira metade do século XVI, o mosteiro albergou uma importante oficina de pintura, sendo Fr. Carlos o seu máximo expoente.

A pesquisa sobre a iconografia do patrono dos tradutores incluía, obrigatoriamente, o estudo e a visita dos mosteiros e conventos da Ordem de S. Jerónimo. Evidentemente, sabíamos, à partida, que estes mosteiros não tinham sido poupados ao abandono e à depredação patrimonial de que foram alvo todos os mosteiros portugueses com a revolução liberal. Felizmente, alguma arte proveniente dos mosteiros pode ser apreciada nos museus espalhados pelo país. O que de facto se encontra nos mosteiros ainda de pé da Ordem de S. Jerónimo é pouquíssimo, face ao muito que deverão ter albergado.

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Conservou-se, pois, a igreja do Mosteiro do Espinheiro, sendo o resto do mosteiro propriedade privada. E conservaram-se os painéis de azulejos, que contam os passos mais importantes da vida de S. Jerónimo. Que sirvam as imagens aqui publicadas de incentivo à visita!

C. C. P.



BIBLIOGRAFIA

Bernardo Vasconcelos e Sousa, Isabel Castro Pina, Maria Filomena Andrade, Maria Leonor Ferraz de Oliveira Silva Santos, Ordens Religiosas em Portugal, das Origens a Trento – Guia Histórico, Lisboa, Livros Horizonte, 2005;

Cândido Dias dos Santos, Os Monges de S. Jerónimo em Portugal na Época do Renascimento, ICALP, Biblioteca Breve, 1984.

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