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Modernidade
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Não é uma corrente estética, mas uma noção, muito frequente, com a qual se qualifica muitas vezes, e em termos positivos, a qualidade de uma obra. Desligada semanticamente do conceito de modernismo, evoca outros momentos históricos de renovação estética e cultural (a modernidade do humanismo renascentista, a modernidade do espírito iluminista, a modernidade da concepção do tempo e da arte em Baudelaire e, sobretudo, a partir da Segunda Guerra Mundial, a libertação em relação às últimas peias da convenção literária, artística e cultural que mesmo os mais recentes movimentos programáticos, por sê-lo, ainda faziam sentir).
Em nosso entender, Pessoa é um grande poeta porque, através da diversidade dos seus heterónimos, está mais ligado a uma noção de modernidade do que ao conceito de modernismo, assim como Almada Negreiros; António Boto e Irene Lisboa, presencistas imperfeitos, são-no na medida em que elaboram também a sua quota-parte de modernidade.
A renovação do romance praticada
na segunda metade deste século (a partir de Agustina
Bessa-Luís, em A Sibila, 1954, e a sua obra posterior, assim
como os romances de Vergílio Ferreira, e vários
outros autores, ex. José Cardoso Pires,
Augusto Abelaira), assim como a obra de
alguns poetas (António Ramos Rosa, Eugénio
de Andrade, Herberto Helder), configuram
uma modernidade indistinta, diferenciada e recorrente no vocabulário crítico
que, a despeito de definir de facto um universo idêntico, provoca algumas
confusões, sobretudo na medida em que, em certos casos, se confunde com a noção
entretanto posta em voga de pós-modernismo.
© Instituto Camões, 2001